Páginas

Seguidores

sábado, 30 de maio de 2009

A LENDA DO BORBA GATO

Talvez a lenda de que Borba Gato residiu na casa dos Adolfo Pinheiro, já subsistisse, mas, ela intensificou-se a partir de um fato que passo a narrar:
Nasci no solar dos Pinheiro, como meu irmão Waldemar Conceição Klein, minha avó materna, Honorata, minha mãe, Maria de Lourdes Moura devido minha bisavó ter sido escrava de Adolfo Pinheiro; vivemos ali, Av. Adolpho Pinheiro, em Santo Amaro, até pouco antes de sua demolição para alargamento da Avenida.
Como vivíamos ali, brincando e interagindo na propriedade, meu irmão, um dia, tendo encontrado um galho de roseira o plantou ao lado da casa. Essa roseira agarrou-se à parede e subiu até o telhado explodindo ali em uma ramada maravilhosa que chamava a atenção de quem passava.
Naquela ocasião mudou-se, para Santo Amaro, uma família de sobrenome Fumagali,e, uma das jovens da família, passando a colaborar no jornal “A Tribuna”, do Sr. Victor Manzini, escreveu várias crônicas e uma delas referindo-se ao casarão. Na crônica usando um recurso poético, ela falava da roseira, e que teria sido plantada pelo próprio, ou por um descendente de Borba Gato. No mesmo texto referia-se a uma senhora maltrapilha que estava na porta da propriedade.
Isso causou um mal estar à família e foi contestada pelo Desembargador Dr. Oscar Fernandes Martins, que era casado com uma neta de Adolfo Pinheiro, onde ele esclarescia que a dita roseira havia sido plantado por meu irmão, e que, a senhora maltrapilha, que havia sido usada maldosamente, tratava-se de Maria José Pinheiro (Mariquinha), filha do ilustre Adolfo Pinheiro.
Isso deverá poder ser constatado se consultados os anais do jornal “A Tribuna” onde devem estar tanto a crônica como a contestação.
O solar foi construído por Adolfo Pinheiro que era um benemérito e rico Senhor de terras do, então, município, e quem sempre residiram ali foram os seus filhos e netos, assim como nós que éramos agregados da família. No meu tempo residiam no local, além de meus pais, meu irmão e eu, Mariquinha, Minha avó Honorata, meu tio Benedito (negrinho) e três netos de Adolfo Pinheiro, Waldomiro, Armando e Deusdedith Pinheiro Foster. A família, ao que sei, não tinha essa ligação com o Bandeirante, visto nunca ter ouvido alguém comentar esse fato.
A casa que consta do acervo do “Museu” tinha, além de dois holls, de entrada e da escada que subia para o pavimento superior, uma imensa varanda, duas cozinhas e quatro quartos no pavimento inferior que eram ocupados por meus pais e nós, minha avó e meu tio e Waldomiro e Armando. No pavimento superior havia um quarto que era ocupado por Mariquinha e Desdedith. Além de um sótão onde guardavam coisas antigas, foi nesse local que vi as cartas de alforria dos escravos, antes mesmo de ser assinada a “Lei Aurea”. (esses documentos foram levados por José Abrantes (Zezinho) que colecionava documentos antigos). Ao lado da casa que dava para a Rua Voluntário Delmiro Sampaio, havia um anexo que chamavam de “casa nova” que era usado para guardar coisas, tendo, na esquina com a avenida, um cômodo que era usado para comércio. Foi nessa parede da esquina que foi afixada a placa homenageando Delmiro Sampaio tendo, nesse ato, discursado o Dr. Rui Cortez, que foi pai do ator Raul Cortez.
Assim, penso, que se desfaz essa lenda que a tantos anos vem sendo alimentada e investigada.

Um comentário:

ESTANISLAU disse...

Sr. Klein, quero parabenizá-lo, pela história sobre a lenda do Borba Gato, figura emblemática de Santo Amaro, tanto como pessoa ,como seu monumento, considero esse texto como documento importante para a história de Santo Amaro, tenho como hobby fazer história de meu bairro V. das Belezas e região e fui membro do CETRASA, de 2009 a 2011 e conheço razoavelmente a história de Santo Amaro,portanto me considero mais bem informado sobre Sto Amaro e sua gente.
Notei que o senhor é uma lenda viva e deve ter muito mais a informar sobre nossa terra dos botinas amarelas.
Estan