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quarta-feira, 8 de outubro de 2008

DEVANEIOS

DEVANEIOS

Bruder Klein

Se eu ensinar a você
Os segredos que a vida encerra
Estarei roubando o prazer
Que essa conquista lhe trará
Por isso escolha o seu rumo
E inicie a sua caminhada interior
O seu Mestre será o seu guia
Ele estará sempre A L E R T A.

Bruder Klein
(Irmão Pequeno)

Reg. Biblioteca Nacional EDA 76.554 de 08/05/1.992
Todos os direitos reservados pelo autor.
É proibida a reprodução dos textos originais, mesmo parcialmente, e por qualquer processo, sem autorização, por escrito, do autor


Bruder Klein
Av. São João Batista,384 - Bloco B7 - Apto.23
Rudge Ramos - São Bernardo do Campo S P
09635-000
E-Mail: mailto:mik346@hotmail.com





P R E F Á C I O



D E V A N E I O S


Coube a mim falar sobre “Devaneios”, inegavelmente uma obra esplêndida. cheia de amor e poesia, mistérios e vivências.

O leitor penetrará num mundo maravilhoso, de sonho e encantamento, onde o real se confunde com o imaginário, onde podemos reavaliar nossos valores e nos integrarmos no insondável mistério que nos cerca.

Em “Silêncio” o autor se refere à citação do “Sábio” como aquele que sabe calar-se e interioriza seu silêncio, e quando lemos suas reflexões, nos deparamos com um verdadeiro sábio, um alquimista das palavras, um fazedor de sonhos . . .

Desde as primeira páginas o leitor insensivelmente vai deixando-se envolver pelo conteúdo de seus escritos, pois com suas reflexões, José Klein, um místico por excelência, nos leva a visitar outros planos, a ver a vida de um modo melhor, a acreditar no inacreditável, a crer que um dia teremos a felicidade maior, que a vida não termina aqui, e que a eternidade é só um começo . . .

Poderia deter-me em outros trechos, de outros escritos e poemas, mas não vou tirar o sabor do desconhecido, deixarei que os leitores viajem com Klein, como em 2 de março de 1.989 e se incorporem em 1.992, se integrem, se encontrem, pois sabemos que a distância não existe e tempo e espaço passam a ser iguais no universo de cada um de nós, pobres mortais . . . se quisermos.


Rio de Janeiro 24 de Abril de 1.992


Míriam Marques de Almeida

Escritora




A B E R T U R A

Por que escrevemos?
É evidente que existe um objetivo!
Escrever é como cavar uma mina a procura de coisas preciosas; e realmente elas emergem maravilhando os olhos, até, daqueles a quem não era segredo a sua existência. A mina é o nosso interior onde foram acumuladas as riquezas através dos tempos.
O momento mais gratificante é aquele que tudo aquilo que encontramos revela-se como possuidor de um valor muito maior do que pedras preciosas; são dádivas que haviam sido acumuladas no interior de cada um de nós, através de uma longa caminhada que empreendemos pelos caminhos da experiência. Mesmo saindo como matéria bruta, logo se auto-lapida para ser oferecida à humanidade como meio de reflexão que proporcione, também, uma auto-lapidação naqueles envolvidos, para que possam desenvolver um aperfeiçoamento espiritual.
O caminho é seguido em busca de sabedoria, acumulando os conhecimentos que vão amadurecendo com o decorrer do tempo, para que seja exteriorizado no momento preciso e atinja o seu objetivo que é justamente propiciar a reflexão; assim estabelece-se uma corrente contínua que irá transformando as mentes e os espíritos para alcançarem o ideal de transporem-se para uma dimensão especial onde é gerada a sabedoria. Ali reconheceremos, com certeza, a “ Pedra Filosofal” e o “Elixir da Longa Vida”, que sempre estiveram ao nosso alcance, porque é a mente consciente que constrói o imponderável. Tempo e espaço são concepções do homem comum; para o homem transcendental, que tem o poder de percorrer as diversas dimensões, não existe tempo e espaço, visto que são senhores da eternidade e essa compreende todas as dimensões.
As revelações são feitas e estarão claras para aqueles que estiverem preparados e se derem ao trabalho de observar a vida em sua continuidade, percebendo que os conhecimentos que levam à sabedoria estão contidos nas coisas mais simples de nosso cotidiano. Seja observador da contemporaneidade e junte-se ao Seu Mestre . . . Ninguém é ensinado, cada um terá que aprender . . .




Bruder Klein

(Irmão Pequeno)


Dificilmente uma pessoa que cursou o antigo curso primário, equivalente às quatro séries do primeiro grau, teria condições de apresentar um trabalho perfeito, visto que a única coisa que possui é a vivência adquirida nos embates da vida. Assim, será plenamente compreensível que os erros sejam encontrados. Se isso não acontecesse, nem seria possível comprovar a autenticidade da autoria.
O importante, não será a correção gramatical e sim o conteúdo que estas exteriorizações poderão apresentar. Essa será fruto da inspiração vinda de algures para que por nós fosse apenas transmitida.

Bruder Klein
(Irmão Pequeno)


ÍNDICE

TÍTULO PÁG.
PREFÁCIO 02
ABERTURA 03
ÍNDICE 04
PRÓLOGO 07
SILÊNCIO 10
SUPREMA ASPIRAÇÃO 11
DEVANEANDO SOBRE O AMOR 12
CONCEITO DE NORMALIDADE 13
SOLIDÃO 14
NOVAS ESPERANÇAS 16
A PAZ 17
O QUE É ? 18
LIBERDADE 19
MITO 20
NÃO SE VÁ 21
RECOMEÇO 22
O ÚLTIMO DIA 23
O ATO DE ESCREVER 24
OMBRO AMIGO 25
TEMPO E ESPAÇO 26
VÃ ESPERANÇA 27
VIDA BRILHANTE 29
EU VI 30
QUATRO ESTAÇÕES 31
OLHANDO O PASSADO 32
DESCOMUNICAÇÃO - DIVISÃO INDISOLÚVEL - SONO FUGAZ 33
A DEUSA E A FLOR 34
SAUDADE 35
INTERLIGAÇÕES 36
ADEUS 37
HORAS SOLITÁRIAS 38
MARIA CLAUDIA 39
NÃO TEM VOZ 40
CHICO DA MATA 41
VICEJANDO 43
EMOÇÃO INFANTIL 44
A BUSCA 45
A FLOR DIVINA 46
A VOLTA 47
NOSSA HISTÓRIA 48
O JOGO FASCINANTE 49
SÃO BERNARDO 50
CONSTRUÇÃO OBJETIVA 51
A LUA 52
UMA HISTÓRIA 53
ME DIGA 54
PÁGINA EM BRANCO 55
LEITURA 56
SER 57
CORAÇÕES DESAQUECIDOS 58
ADULTÉRIO 59
ANGÚSTIA 60
ENTENDIMENTO 61
INTERLIGAÇÕES 62
POR QUE DIZER 63
AMADURECIMENTO 64
NOVA PERSPECTIVA 65
CHEIRO DE INFANCIA 66
ARQÚÉTIPOS MITOLÓGICOS 67
MUSA 68
ALGUÉM ME DISSE 69
CASO DE AMOR 70
GRITO 71
ROSEMARIE 72
NADA IMPORTA 73
COMPANHEIRA FIEL 74
QUAL A RESPOSTA 75
O POETA É . . . 76
FOLHA MANCHADA 77
EMOÇÃO 78
ANTIGAMENTE 79
DENISE 80
RETALHOS 81
PROCURA 82
DESEJO 83
FUTURO 84
LAÇOS 85
ENTRUDO 86
SERESTA 87
VIAJEM SEM VOLTA 88
SÓ SAUDADE 89
UMA VISÃO MOMENTÂNEA 90
NOS ARQUIVOS DO TEMPO 91
REVERSÃO 93
OUVINDO A NATUREZA 94
MORRER 95
A LONGA ESPERA 96
SOLIDÃO 97
FAZER AMOR 98
PELOS CAMINHOS DA VIDA 99
LAMENTO 100
SOLIDÃO II 101
ASPIRAÇÃO 102
OLHAR 103
VISÃO NEGATIVA 104
INTERIOR 105
CORAÇÃO AMARGURADO 106
RENASCER 107
PALAVRAS 108
INOCÊNCIA 109
CAMINHADA INTERIOR 110
INCERTEZA 111
APRENDIZ DE AMOR 112
FINAL 113
EPÍLOGO 114
TRANSICIONAL 115


P R Ó L O G O


Hoje, vinte e quatro de Fevereiro de 1.989, vinte e uma horas e quarenta minutos, estamos iniciando a desenvolver um projeto que vínhamos acalentando a algum tempo em nossa mente. Trata-se da concretização do que seria a continuação do trabalho que realizamos anteriormente e que denominamos “Mensagens e Reflexões”. É, na verdade, uma seqüência do que registramos naquela tentativa de rebuscarmos, dentro de nós, tudo aquilo que, de alguma maneira, poderia prestar auxilio a quantos vivem apreensivos e solitários. Não sabemos se quando falamos em auscultar o nosso interior, estejamos indicando um processo superficial ou se estaremos alcançando algo muito maior do que nós.
Se pensar é, em realidade, criar idéias no espírito; é viver em si mesmo, concretizando conhecimentos racionais que nos levam a agir com acerto, isso poderá ser, de alguma maneira, útil para que, através desses pensamentos possamos influir positivamente junto aos nossos semelhantes. A atenção, que leva a alma, em reflexão, a um resultado satisfatório, reforça, cada vez mais, a observação, conduzindo o homem a superar-se a si próprio. Quando isso acontece já não somos capazes de discernirmos sem ser através do espírito que toma conta do ser, passando a orientar os acontecimentos. Isso é o que nos assusta, pois não sabemos se somos inspirados a registrar conhecimentos ou se é o próprio SER que os registra, sendo nós, apenas, um veículo de transmissão. Esta hipótese talvez seja a mais acertada.
Dissemos anteriormente (preambulo de Mensagens e Reflexões?) que a inspiração se constitui em patrimônio universal e dela colhemos alguns resquícios, de acordo com a nossa sensibilidade em um determinado momento, e continuamos a pensar da mesma maneira, (poderíamos ter mudado de opinião, uma vez que dependemos de nossa evolução para podermos perceber mais claramente os acontecimentos que nos rodeiam) uma vez que a apresentação das idéias em nossa mente se apresenta de maneira automática e não quando desejamos; é uma compulsão em determinados momentos, independente de nossa vontade. Muitas vezes estamos lendo, ou ouvindo música, ou assistindo um programa de televisão, ou mesmo sem fazer nada, e uma palavra, um detalhe qualquer, desencadeia um pensamento que, trabalhado, irá concretizar algo de útil. E ,mesmo, não conseguimos escolher a maneira de desenvolvermos esse pensamento, segundo o nosso desejo, mas eles vêm por um canal que estaria ligado diretamente à nossa mente. Assim aparecem e desenvolvem-se, em verso ou prosa; muitas vezes surgem-nos palavras que nem mesmo sabemos o significado, e, quando consultamos o dicionário percebemos que existe nexo no conjunto, e que está, mesmo, colocada esplendidamente.
Foi por isso que o nosso primeiro trabalho (Mensagens e Reflexões) não seguiu uma linha definida e sim foi simplesmente acontecendo. Fomos registrando o que vinha à nossa mente no decorrer de um longo tempo (algumas datas colocadas orientam os leitores sobre quando ocorreu cada registro). Não seguiu, também, uma ordem cronológica e sim a um ordenamento que nos foi oferecido, sem entendermos, mas convictos de sua utilidade
Já temos alguma coisa anotada mas não sabemos se fará parte do começo ou do fim deste livro. Não sabemos quanto tempo levaremos para escrevê-lo ou mesmo se o concluiremos, ou se a tarefa estará destinada a outra pessoa. Isso não tem a mínima importância, visto que o projeto, de fato, não é nosso, e sim de uma força que está dentro de nós e além de nós e não obedece a limites. Além disso, a apresentação será feita por alguém que ainda não foi designado. O tempo deverá ser vencido para o necessário amadurecimento das pessoas específicas que saberão compreender, além do texto, o contexto e o que está além do texto (nas entrelinhas).
O título deverá ser ‘D E V A N E I O’ porque ele é um sonho que continua. É o pensamento em busca da quimera, construindo, do nada, a fantasia, através do ideal de encontrar, no fim do caminho, a esperança. Vamos devanear juntos, viver a ventura de encontrar o amor no nosso caminho. Porque ambos, você e eu estamos em busca desse sentimento maravilhoso que nos complementará. Tanto você como eu já vivemos esse sonho através de nossa fantasia; vamos, agora, transformar esse sonho em realidade. Caminhando juntos iremos aprender a entendermos os segredos desse sentimento maravilhoso que por si só pode construir a felicidade. Felicidade que desejamos encontrar! Meditemos! O que é a felicidade? Façamos dessa simples pergunta a nossa companheira cotidiana. Esmiucemos essa pergunta porque só a definiremos se conseguirmos a resposta correta e completa. Tenhamos em mente, em primeiro lugar, que para nós ela terá unicamente uma resposta, mas poderá indicar respostas diferentes para cada tipo de pessoa. Para que possa encontrar, a resposta para mim, a essa pergunta, preciso descobrir que tipo de pessoa sou eu. Será que estou capacitado a fazer essa análise? Se eu não estiver ninguém poderá fazê-lo por mim e não haverá solução para o meu problema em particular. Preciso paciência para não esmorecer e me entregar ao desanimo, porque a procura do conhecimento é uma tarefa incessante e o crescimento é constatado pela observação de pequenos detalhes. Somente indo somando esses detalhes imperceptíveis é que conseguiremos acumular o suficiente para nos capacitarmos a discernir espiritualmente as nossas necessidades. Mas a resposta é simples: Encontraremos a felicidade quando amarmos aos nossos semelhantes e amaremos aos nossos semelhantes quando formos possuídos pela felicidade. Sim, só conseguiremos amar verdadeiramente quando nos sentirmos felizes e só nos sentiremos felizes quando conseguirmos amar verdadeiramente. Isto é um paradoxo! Mas, na realidade, a vida é um paradoxo! No entando é fácil, teremos que fazer uma das duas coisas em primeiro lugar; qual delas poderemos fazer, independentemente da outra? A solução está aí.
Você está percebendo que nós estamos devaneando, estamos nos absorvendo em vagas meditações que, talvez não nos levem a lugar nenhum. Mas não é verdade, o nosso caminho está correto; é através desse método esdrúxulo que aprendemos a desligar-nos do exterior para penetrarmos em nós mesmo e aprendermos coisas que ainda se apresentam no campo inconsciente da mente. A percepção consciente é limitada e é por isso que necessitamos penetrar no inconsciente. Falar em inconsciente dá a impressão de algo irracional, mas, inconsciente é a parte mas sensível de nossa mente e é onde podem-se acumular a maior parte dos conhecimentos que adquirimos; só que, geralmente, todo esse manancial de conhecimentos só fica ao alcance de nossa mente inconsciente; portanto, fora do alcance de nossa mente para que possamos utilizá-lo. . . .
Quando penetramos nessa camada nobre de nossa mente é que conseguimos exteriorizar coisas sublimes que ao homem ( no dizer de Paulo) não é lícito conhecer. Mas são esses conhecimentos que são revelados através da inspiração a determinadas pessoas, em determinados momentos; para que os divulguem para o bem da humanidade. Assim, dedicarmo-nos a esse exercício é algo que auxilia a realização de toda a aspiração, que nos levará à felicidade. É aquela complementação que preenche o vazio da existência, quando somos participantes do plano divino, mesmo que seja como um simples instrumento de divulgação. Digo que quando somos usados, as idéias não são nossas, mas fomos o canal pelo qual a idéia se apresentou para beneficiar a humanidade.
Será benéfica essa alienação da vida para que colhamos algo que muitas vezes as pessoas não saberão usar? Aí é que se faz necessário muito discernimento; não deveremos nos entregar à alienação e sim, unicamente, estarmos atentos para os acontecimentos da vida, estando predispostos a sermos usados para a canalização dos conhecimentos, em determinados momentos. Jamais deveremos deixar de viver concreta e efetivamente tudo aquilo que se apresentar em nossa existência. Assim, estaremos cumprindo nossa missão, aqui e agora.
Eu estou escrevendo e precisarei meditar muito sobre tudo isso para que possa entender. Muitas vezes penso que, talvez, seja, até, fruto de uma mente doentia, mas quando leio percebo que existe coerência em tudo que é dito. Talvez não para muitos, mas para aqueles escolhidos haverá compreensão de tudo para que possam encontrar o final do caminho. Caminho que os levará à concretização de seus sonhos e suas fantasias, que os fará chegar à tão procurada felicidade. Isso é felicidade: Um encontro consigo mesmo! Ela está à sua espera, no centro do silêncio. O silêncio é a fonte do conhecimento e somente ele poderá responder a todas as nossas indagações. Perguntemos ao silêncio, no silêncio, e através do silêncio receberemos a silenciosa resposta que nos dará o conhecimento de todas as coisas.


Bruder Klein


S I L Ê N C I O




“Quando todos te disserem para calar-se, você ainda terá muito a dizer; quando todos te quiserem ouvir você já poderá calar-se”
A resposta do sábio a todas as perguntas é o silêncio. Os que muito falam, geralmente, não apresentam o conteúdo que se esperaria de um sábio, enquanto o silêncio inspira à reflexão para que através dela possamos extrair toda a potencialidade do conhecimento.
Nós, enquanto inseridos no rol de pobres mortais, não conseguimos perceber a fonte da vida, que está além da própria vida. Somente quando compreendermos que a vida se delimita pela eternidade e que o tempo de vida física e o pertencente à chamada morte, são partes de um todo, estaremos preparados para rompermos o silêncio através do próprio silêncio.
Como seres humanos, envolvidos pela matéria, não alcançamos o discernimento necessário para vencermos o tempo e o espaço e aventurarmo-nos no conhecimento de nós mesmo, através do mergulho interior, para o imponderável, que abrange, presente, passado e futuro. Somos observadores da contemporaneidade e a nossa percepção é incapaz de sequer estabelecer quem somos nós. Talvez os filhos dos nossos filhos terão a percepção necessária para saberem quem fomos nós.
A paciência, a paz e a quietude espiritual nos capacitarão a adquirirmos os conhecimentos para não querermos ser o que não somos e julgarmos aqueles que pensamos não serem.
O resto é . . .


S U P R E M A A S P I R A Ç Ã O





Sabe, eu gostaria de ser Deus! Não um deus mitológico que embora seja venerado não tem o poder de doar a felicidade aos seus adoradores. Eu desejaria ser Deus, para ser adorado por realizar tudo aquilo que as pessoas aspiram. Você já pensou se esse sonho fosse realizável, quanta felicidade eu poderia distribuir? Sim! Se eu tivesse o poder supremo eu saberia como realizar os sonhos , as fantasias de todas as pessoas tristes.
Você, que é triste, não desanime, pois mesmo parecendo uma loucura, um milagre poderá acontecer. Mesmo que não possa ser Deus, uma vontade muito forte poderá operar maravilhas. Se não sou Deus real, a força de uma comunicação mística poderá fazer de mim um elo que receba os eflúvios transcendentais que poderão capacitar-me a adquirir a sabedoria para servir de intermediário do Ser Supremo e você.
Eu gostaria de possuir o poder para realizar tudo aquilo que poderia construir a sua felicidade!
Quem é você e quem sou eu que nos misturamos neste devaneio sem conseguirmos nos encontrar? Que forças agiram para que pudéssemos nos encontrar hoje?
Eu falo com você que lê estas linhas e está perplexa sem poder entender esse relacionamento entre o seu pensamento e o meu. Ele é tão profundo que somente poderá ser entendido através de um esforço sobrenatural. Você é sobrenatural e tem o poder de perceber, através de sua sensibilidade, a ligação que existe entre nós. Quando escrevia, pensava em você, embora não a conhecesse nem soubesse onde você estava. Uma força desconhecida, para mim, colocava-a à minha frente e eu conseguia ver, em seus olhos expressivos, a sua alma que derramava-se, desejando fundir-se com a minha. Agora, que você lê este escrito poderá tirar as conclusões estranhas, porque escrevo no dia dois de março de hum mil e novecentos e oitenta e nove, às vinte e duas horas e quatorze minutos. Se isso não te disser nada, as comunicações falharam e a pessoa que se apresentou em minha frente foi uma ilusão.
E, nesse caso, a felicidade que sonhei para você, talvez seja unicamente imaginária.

D E V A N E A N D O S O B R E O A M O R





Precisamos falar sobre o amor! O que é esse sentimento que consegue transformar as pessoas?
Como se produz essa chama imorredoura? O verdadeiro amor é um acontecimento único em nossa vida e jamais se apaga. Não uma simples paixão! Um relâmpago que risca a mente e quando o barulho provocado pelo vácuo se apresente ele já apagou-se. O verdadeiro sentimento acontece uma vez na vida, toma conta de todo o nosso ser e marca, de tal maneira que jamais conseguiremos esquecer. Esse é um acontecimento que funde duas almas solidificando-as em uma só. Nem a distancia jamais poderá separá-las. É nesse sentimento maior que gostaria de pensar.
Pensar para poder penetrar os segredos da alma e decifrar o enigma da vida. Amor é vida. Ele pode doar felicidade que nos dará prazer de viver. Como é triste viver sem um amor! A existência não tem razão de ser; tornamo-nos tristonhos e abatidos e perdemos o poder de raciocinar positivamente; isso faz com que nos descuidemos de nós, iniciando um processo de deterioração da mente, da alma. Perdemos o contato com as pessoas e cada vez se torna mais difícil de retornarmos atrás e refazermos a nossa vida.
Quando amamos o quadro se apresenta outro. Tornamo-nos alegres, comunicativos e interessados em tudo que acontece ao nosso redor.
O que é que provoca esse estado de espirito? Serão as transformações biológicas influenciadas pela nossa alimentação? Cremos que nossa parte biológica nada tem com o amor. Assim até podemos fazer abstração da sexualidade, visto que esta, geralmente é acionada pelas glândulas de secreção internas e influenciada, até, pela nossa alimentação. O verdadeiro combustível que irá alimentar os centros vitais para o despertamento do amor é um produto que age diretamente na alma e é injetado pelo olhar quando este encontra a sensibilidade de outro olhar. As almas misturam-se e transformam-se em um só fruído que jamais poderá ser separado; e nunca se consumirá por ter o potencial de multiplicar-se. Os seres envolvidos receberão o néctar das criações celestiais que alimentará o sentimento para todo o sempre.
C O N C E I T O D E N O R M A L I D A D E





Para sermos considerado normais deveremos nos enquadrar às normas. Quais são essas normas? São aquelas que se enquadram nos desejos das pessoas que participam de um determinado grupo ou ambiente. Para sermos normais deveremos possuir uma certa dose de adaptabilidade. Os padrões de normalidade têm que ser aquilatados dentro de um determinado conceito e nós deveremos nos adaptarmos a eles para sermos considerados normais para esse grupo. Existem as normas sociais a que deveremos obedecer para que possamos ser considerados normais; isso muitas vezes, violenta a nossa personalidade, por serem completamente dissociadas de nossa realidade em particular.
Os “expert’s” em moda e etiqueta social, geralmente classificam o que é “chique” ou “brega”, condicionando as pessoas a adotarem os seus padrões anormais como regra de normalidade. Em matéria de indumentária tudo é condicionamento imposto; no inicio não era assim. Hoje o homem usa gravata e paletó (ou isso já é passado?) e a mulher transforma tanto a indumentária que fica difícil dizer o que usa em um determinado momento. No começo tudo era natural; quando os nossos primeiros pais, Adão e Eva, pecaram e, sentindo-se envergonhados, fizeram roupas de folhas, foi-lhes ensinado que cobrissem-se com peles de animais, unicamente as partes principais, sendo, isso, considerado normal. O que era normal no inicio poderá e deverá ser considerado o normal; o resto evoluiu para a anormalidade.
Hoje, tudo é normal dentro do seu contexto; fora dele é anormal.
Dessa maneira, ninguém precisa preocupar-se se os seus padrões de vida não obedecem aos de outras pessoas; cada um é normal dentro de seus próprios valores. Para isso é que possuímos uma personalidade única, ímpar ( não é igual a nenhuma outra!).
Você é normal? Você faz tudo aquilo que lhe dá prazer, ou deixa de fazer com receio de ser classificado como anormal? Temos que nos livrarmos dos condicionamentos que nos impedem de sermos nós mesmo. Deveremos ser autênticos, deixando de agir pensando no que as pessoas poderão pensar de nossas atitudes. Contanto que sigamos os princípios básicos ditados pelas nossas consciências, podemos ter a certeza de estarmos agindo bem. A esse juiz deveremos prestar muita atenção porque ele nos vigia a cada minuto de nossas vidas e, seguindo as suas normas estaremos sempre dentro da normalidade.

S O L I D Ã O

Como penetrar nesse sentimento que acomete, praticamente, todas as pessoas? Poderíamos sondar o nosso íntimo para ali tomar conhecimento do que seja esse fator de desligamento da realidade social! O homem é um ser social e jamais poderá sobreviver isoladamente. A coisa mais importante para o ser humano (absurdamente colocamos acima da própria alimentação) é o relacionamento com os seus iguais. Queremos com isso dizer, que consiga com ele comunicar-se. Existem vários tipos de comunicação, e mesmo sem palavras poderemos estar nos comunicando com os nossos semelhantes. Essa comunicação, por superficial que seja garante ao homem uma conscientização de sua existência.
Se aludimos à necessidade de procurar penetrar o nosso íntimo para que possamos conhecer a estrutura da solidão, é porque interiormente já tomamos contato com a expressão de desligamento de nosso ser com o mundo que nos cerca. Nessas ocasiões, quando nem percebemos a presença de ninguém, que nos sentimos desligados da realidade social, a nossa mente, praticamente, desintegrou-se e expulsou do consciente a experiência sofrida, por não a poder suportar. A mente não expulsa para o exterior; ela reprocessa os sentimentos por uma dinâmica de racionalização, depositando-os no mais recôndito do inconsciente, que ali permanece por anos, séculos ou milênios, pronto para ser usado através de um processo reverso e dar conhecimento ao espírito, e por seu intermédio à mente que o expressará na realidade material, com manifestações psicossomáticas.
Mesmo que em nossa vida presente não tenhamos passado por momentos de solidão, ela está lá, como uma experiência rica em detalhes, para nos orientar nas horas necessárias.
Existem momentos, em nossas vidas, que temos a necessidade imperiosa de estarmos sós, para que possamos penetrar nos depósitos de conhecimentos que jazem esquecidos e que nos são necessários em determinadas ocasiões de nossas vidas, como subsidio, para nos ajudar na resolução de nossos problemas, que nos são apresentados pelo cotidiano. Essa retirada estratégica para pensar e extrair de nosso intelecto, o conhecimento acumulado, não é tão sofrido, visto não nos desligar da realidade presente, já que estamos nos esforçando para resolver problemas que afligem aos nossos semelhantes. Se estamos nos doando em favor de nosso próximo, nos conservaremos, mais do que nunca, ligados a eles e o nosso relacionamento mental substitui o relacionamento pessoal.
Existem tipos de solidão que são procurados por nós e criados no desejo de fugirmos da realidade. A realidade dos fatos nos alcança se estarmos preparados para enfrenta-la de maneira inteligente, de frente e com coragem. Mesmo que tenhamos de passar por experiências penosas, deveremos procurar resolver todas as dificuldades de nossa vida, sem racionalizarmos demasiadamente, uma vez que a realidade é realidade e não adiantará nada nós a querermos mascarar de cores agradáveis a fim de que nossa mente a receba como sonho e fantasia. Temos consciência disso, porém a nossa mente reage em conformidade com a nossa covardia. Deixamos de realizar o real em nossa vida por não termos a coragem de acolhermos a verdade dos sentimentos. Fugimos dessa realidade que se enfrentada corajosamente poderia solucionar todos os nossos problemas. Medite um pouco! Aprofunde-se em sua mente e constate, através da reprodução de suas experiências acumuladas, quantas vezes você tem fugido da realidade? Essa fuga vai, aos poucos, aprisionando o seu intelecto, a sua mente, o seu espírito, tirando-lhe a capacidade de resolver, inteligentemente, as propostas que influem positivamente em nossas vidas. Isso nos transporta para o isolamento de nós mesmo, depois de nos separar de nossos semelhantes. Apresenta-se, então, o pior tipo de solidão; aquela que, além de nos separar da realidade presente, da qual não podemos, nos conduz ao isolamento de nós mesmo. Perdemos o elo de ligação que nos garantiria a comunicação; nos alienamos de nossa realidade para pressionar-nos em um vácuo onde perderemos o poder de transformação, tão necessário para criarmos situações novas. Essa é a verdadeira solidão; estarmos desligados das pessoas, de nós mesmo, das criações mentais e das soluções. Divagamos num vazio; vazio de realizações; vazio de sentimentos; vazio de comunicações. Quando o homem chega a esse estado de consciência ( ou inconsciência) o que mais poderá fazer senão . . .Existe, porem, uma esperança que é apresentada pelo conhecimento que guardamos no mais profundo do nosso ser. O conhecimento da verdade da existência; de uma ligação transcendental, que sempre poderá alcançar-nos no mais profundo de nossa degradação para elevar-nos, novamente, aos pináculos da realização: É o conhecimento da eternidade que liga as existências, liga as pessoas, liga os acontecimentos; liga o tempo pela velocidade do silêncio que abraca todo o conhecimento.


N O V A S E S P E R A N Ç A S


Quando ouço a vitrola do vizinho,
Arranhando o disco suavemente
Eu sinto que não estou sozinho
Que ele, de longe, está presente.


As belas modas de viola,
Cantadores do interior,
Alegram a manhã maviosa
Trazendo mensagens de amor.


E eu que estava solitário
Sinto a presença de alguém
Já não sinto aquele vazio
Que ,às vezes, regela a alma


Novas esperanças nascem
Novos planos para o futuro
Retempera-se a vontade
Para alcançar um belo augúrio


Tudo isso foi conseguido
Simplesmente por um elo momentâneo
Doação de um coração de conterrâneo,
Sem mesmo haver argüido.


A P A Z




Onde vamos buscar a paz?
Embora nos esforcemos em encontrá-la
Não adianta olharmos para trás,
Porque lá não poderemos prová-la.
Talvez, se nos aventurássemos
Desbravando o que virá além
Algo encontrar pudéssemos!
Mas, aqui e agora é
O lugar próprio de conquistá-la.
O que resta saber
Se fora ou dentro,
Se longe ou perto,
Poderemos dela gozar.
Será que a encontraremos,
Nos verdes campos,.
Ou no brilhante céu azul?
Será que a veremos
No cristalino olhar da musa,
Ou no olhar inocente da criança?
A paz é pragmática,
Conduzindo-nos às soluções esperadas?
Ou é etérea e constituída
De fulgurações mentais?
A paz! É simplesmente a paz!
Senhora que nos aguarda na eternidade!
E o hoje faz parte da eternidade,
O aqui pertence ao espaço universal.



O Q U E É ?





O que é o amor,
Sentimento dito puro,
Que não conseguimos dominar
E nos arrasta, sofredores, pela vida?


Ele nasce em nosso peito
Tal qual nós o desejaríamos,
Cria-nos situações insanas,
Fazendo-nos amar quem não nos quer.


Faz, em nós, nascer a esperança
De que nos faria felizes,
Mas separa dois amantes
Frustrados por não sentirem-se amados.


Qual o caminho
Que nos levará ao encontro
Da musa certa para o nosso eu,
Sem desvios pela estrada?


Triste é a sina,
De quem abre o coração!
Em vez de receber ternura,
Tiram-lhe a vontade de viver”


L I B E R D A D E




Percorro o mundo em pensamento,
Procuro encontrar a liberdade,
Tão prometida por vezes várias,
Para valorizar o ser humano.


Mas, que vejo por toda a parte
Senão arremedos distorcidos
Que em vez de livrar
Trazem o homem acorrentado!


Livrou-se o negro do tronco
Sem dar-lhe liberdade total,
E para compensar a perda
Tomou-se o branco como refém.


Onde está a liberdade,
O poder ir e vir,
Se os nossos passos são limitados
Pela desesperança do porvir?


Eleva-se um grito de agonia
Das classes pobres desprotegidas,
Pedindo pão temperado com justiça,
Pedindo escola para que possa evoluir.


M I T O



Me apaixonei por uma ilusão,
Quis encontrar o mito construído,
Em momentos de solidão,
Nos idos tempos da juventude.


Me esmerei na escolha de virtudes,
Que coloquei na deusa deslumbrante;
Penetrei até nos pensamentos
Daquela imagem resplandecente.


Guardei, daqueles olhos ternos,
A bela expressão da inocência
Que, como eu, contemplava,
Também, o nascer do amor.


Naquele momento do encontro
Misturamo-nos num elo consentido;
Firmamos um pacto eterno
De sempre nos pertencermos.


Mas, na vida que vivi, então,
Na procura vã de revê-la presente
Mais a vida se fazia ausente
Matando o mito que jamais nasceu


N Ã O S E V Á




Oh! Figura que se adensa
E envolve-se pela bruma
A fugir de minha presença
A tecer misteriosa trama!


Quero vê-la despida de segredos
Vestida só pela natureza,
Sem tramar sua fuga ou degredo
Antes de mostrar ao todo sua beleza.


Mas, ainda mais desnuda quero vê-la,
Penetrar sem resistência a sua mente,
Conhecer além do corpo a alma
Para, unidos, sabermos o que se sente.


Em delírio místico ligados
Aos sonhos de dias já passados;
E sonhando, ainda deslumbrados
Com o ideal de tempos não vividos.


Espere! Não se vá!
Sem antes procurar saber,
O que tenho a oferecer,
Antes de saber o que é amar!


R E C O M E Ç O



Onde estavas encantada musa,
Enquanto tantas vezes sonhei em encontrá-la?
Eu, triste me quedava visualizando o dia,
Desejando, em um vôo conquistar o tempo,
Em que a possuísse inteira.
Jamais me satisfaria, um dia,
Que me destinasses poucas prendas,
E desviasses, sequer, os pensamentos,
Volvendo-os para ligações estranhas.
Será que como eu, você também
Sonhava com o amor primeiro?
Que em seu peito nasceria,
Tardio, quando nos olhássemos,
Depois de provarmos a emoção,
De misturarmos o timbre de nossas vozes,
E percebermos, no labirinto dos sentimentos,
Que nascemos um para o outro?
Daqui por diante, é certo,
Embora contra o mundo lutemos,
Pertence-nos o inalienável direito
De, em delírio proclamarmos o amor.
Cumpre-nos neste encontro a ventura
De vidas misturadas
Num envolvimento total.
Reflexionamos sobre o passado
Que não nos ofereceu o esperado;
Revisionamos nossas vidas,
Para que tenha novo começo.


O Ú L T I M O D I A



Um dia, será o último dia,
E um de nós estará contemplando,
Impotente, a mudez do companheiro,
Mesmo conformado, com o coração compungido.


Serei eu, será você
Que vivo contemplará a morte?
Serei eu ou você,
Que terá emudecido o lamento?


Então tu me veras partir
Para o outro lado do mistério;
Em vão procurará reviver,
Os momentos que vivendo não vivemos.


Mas não fique triste
Nem imagines que tudo finda
Que ao calar retiro-me prá sempre.



Mais vivo a vida me conserva!
Aguardando no fim da caminhada,
Estarei feliz te esperando.


O A T O D E E S C R E V E R



O ato de escrever uma carta,
Registrar um pensamento,
Ou escrever uma longa história,
Exige a exteriorização do ser.


É a alma que transborda,
Depois de rebuscar as entranhas,
De buscar no mais recôndito do ser,
Nuanças brilhantes de coisas estranhas.


Buscamos algo inusitado,
Que transforme o presente.
Por antes não termos encontrado,
Aquela que se fez ausente.


O amor cresce em nosso peito,
A emoção espreme o coração,
Sentimos uma dor sem jeito,
E nos escapa uma oração.


Tentamos reter a torrente
Que a emoção não mais prende
O peito dói pela saudade que corrói
E um mar de lagrimas tudo destrói.


O M B R O A M I G O




Que bom podermos contar
Com alguém que nos ouça
Sem querer nos contestar
Para mudarmos nossa história!


Alguém que abra o coração
Para receber bênçãos e mágoas,
Onde despejamos como oração
Na ânsia de desfazer o obvio!


No vão desejo de crer vivo
O sentimento que já se foi!
Tirando da vida o sentido,
Matando no peito a esperança!


De, os belos olhos voltar a ver,
Em uma promessa de amor,
Juras de ainda poder ver,
Na vida, acontecimentos de louvor!


Mas, o simples desejo não refaz
Um sentimento que já morreu
Vencido pelo tempo que correu
Deixando-nos vencidos para trás!


T E M P O E E S P A Ç O



Gostaria de, neste momento que escrevo,
Poder traduzir o sentimento de dor
Que oprime o meu peito
Desejando vencer o tempo.


Desejaria, acima de entender,
Conseguir sobrepujar o tempo
Ser senhor, também, do espaço
Para eliminar as limitações.


Poder realizar a união
De almas que se desejam
De corpos vencidos pelo espaço
De vidas separadas pelo tempo.


Porque o espaço nos separa,
Se o amor nos une pelo sentimento?
E o tempo nos une pela eternidade,
Embora distantes, presente estejamos?


Precisamos vencer o tempo e espaço
Para sobrepujar a dor.
Vencermos pelos elos do amor,
Apagarmos da alma o lamento!


V Ã E S P E R A N Ç A


Lamentamos as décadas passadas
Da chamada tal “revolução”!
Que não revolucionou nada
Que nada resolveu

Somente transformou e violentou
A nossa constituição
Transformando por casuísmo tais,
A lei maior em colchas de retalhos.

Ma o povo bradou
Em união saiu à ruas
Exigindo nova constituição
A pressão valeu à pena.
E veio a abertura
Em tal o povo creu
Pois confiava que por grito seu
Lhe fosse retirada apertura.

Mas o casuísmo logo ressurgiu
Pois a nova constituinte
Quando pelo congresso convocada
Já caiu em derrocada

Pois em vez de Assembléia Constituinte
Saiu Congresso Constituinte
Que sendo eleito
O foi pelo vício da velha ordem.

E assim a nova república
De franzina nasceu morta.

Mas ainda havia a esperança
Pois existia na consciência
Dos que elaboraram as normas
O dever de deixar o povo participar.

O povo novamente se uniu
Com muitas assinaturas
Viu que propostas boas saiu
Para o povo beneficiar.



Mas dai surgiu o “centrão”
Para dizer
Que as normas
Não eram normais.

Que o regulamento,
Que regulava
Precisava ser
Regulamentado.

E tudo modificaram;
Pisaram
Sem piedade
A esperança do povo

Esqueceram-se que quando eleitos
Prometeram pôr um ovo
O ovo de Colombo
Que geraria a esperança.

De, o povo receber
Pão, saúde, escola . . .

Mas se criam-se normas
E as mesmas não se usa
Mas faz-se nova costura
Para desviar benefícios à altura

De quem já vive na desventura
O que mais se poderá tirar?
Roupas já não têm
A muito se foi a fartura.

Então,
O que o povo
Com certeza receberá
Será nova colcha de retalhos

Pior do que a que possuía
Que de nojo jogou fora.
Ai!
Que fria!




V I D A B R I L H A N T E





Como é difícil transmitir
Os sentimentos secretos
Que não desejamos admitir
Para conservarmo-nos discretos!

Porém isso constituiria o alivio
Para um coração amargurado
Que procura lenitivo
Para um ser desfigurado

Destruído pela desilusão
Esquecido pela ventura
De algo possuir, concretizar
Guiado por mão segura.

Que o leve por caminhos novos
Para colher, além de um dia
Quando pela desdita esquecido
Ainda, a suave flor do amor!

E poder reconstruir lá adiante
O ninho que a falsidade destruiu
E saber que a providência não desistiu
De tornar a vida brilhante!


E U V Í



Na minha Bíblia eu vi
O que o Pai Santo espera de mim;
Paz e amor, e também de você
Para que amando sejamos irmãos.


Ser humilde de espirito
Para gozar o reino do céu
Ser a luz do mundo
Para sobre todos resplandecer.


Derramar minhas lagrimas
E também aos outros irmãos consolar
Ser o sal que tempera
E se presta para conservar.


E mesmo quando injustiçado
Oferecer a outra face
Ainda que seja perseguido
Por todos os meios pacificar


Mesmo que seja tentado pela luxúria
Saber respeitar a mulher do meu próximo
Que seja o meu falar sim, sim; não, não,
Essas coisas todas na minha Bíblia vi.


Q U A T R O E S T A Ç Õ E S




Encontrei-a na praia
Amorenando o seu corpo esguio
"Curtindo" o calor do verão
M . . .partiu sem me dizer adeus.

Reencontrei-a na cidade
E a alegria voltou à minha vida
Pois em meu peito crescia a saudade
Mas ela foi-se como as folhas do outono.

Nova alegria me deu o inverno
Estação que gera amor e sensualidade
Por baixo de elegantes agasalhos
Evolava o perfume do corpo macio

Mas foi na primavera
Estação de esperança e amores
Que explodiu a flor primeva
E misturamo-nos em perfumes e flores

Mas agora tudo findou
De tédio a fantasia acabou
Partimos para lugares estranhos
A percorrer os mesmos caminhos de antanho.


O L H A N D O O P A S S A D O


Quando volvemos o pensamento ao passado
Ficamos querendo que o tempo não haja findado
Porque não tivemos tempo sequer para sonhar.
Por que o tempo não nos deu tempo para alcançar?


Aqueles sonhos tão belos
De coisas que deveriam acontecer
Enfeitar de alegrias a vida
Como os sonhos na hora de acordar.


Encher o coração de amor
Esquecendo que a vida é realidade
E que não há espaço para a ilusão
De vidas em união sublimadas.


Vêm-nos à mente a nostalgia
Por tramas que criam a mentira
Para apagar do peito até a saudade
De um tempo bom que passou.


Por que nos confunde o tempo
Que se interpõe frio para marcar
De amor, de tristeza, de dor,
A vivência de hoje, ontem, amanhã?


______________________


Quando você assistir alguém se afogando, nos problemas da vida, não se jogue para salvá-lo; você poderá, também, se afogar, ou, talvez, salvá-lo para a desilusão, a agonia e a dor.
D E S C O M U N I C A Ç Ã O

Sinto o peso imenso da solidão!
As paredes se fecham ao meu redor e me tiram a perspectivas de vida. Estão cortados os meios de comunicação!
Estou sentado frente à televisão e presencio a realidade no drama que se desenvolve e percebo a similitude de vivência com o autor, que se projeta em seus personagens , e constato a angústia que envolve cada vida.
Por que me quedo inerte, desligado da cena que deseja tomar conta da minha sensibilidade e me transformar em um robô condicionado a não mais colher as impressões exteriores?
Será, que a mesma força alienante que cortou a minha comunicação com as pessoas que estão ao meu lado, agora deseja interceptar a comunicação comigo mesmo?
Mas é exatamente isso que ocorre! Essa máquina infernal, auxiliada pelas técnicas de “marketing” deseja apropriar-se de mim através de uma bem elaborada lavagem cerebral.
Mergulho para dentro de mim mesmo, abrindo mão da comunicação, para que não venha a ser atingido pela descomunicação.
Para fugir da alienação fui obrigado a me alienar.


D I V I S Ã O I N D I S S O L U V E L


Oriente - Ocidente! Quem fez a divisão?
Esses limites não existem a não ser em nossas concepções.
O limite mais próximo ou o mais distante são os que delimitam-se conosco mesmo.
E a vida o que é?
É o lado de cá ou o lado de lá?
Ou são os dois, ligados pela eternidade?
E o que é a eternidade?
É a vida sem interinidade?
Ou o conceito é mais profundo abrangendo além da eternidade?

S O N O F U G A Z

Dormi e sonhei em encontrar a felicidade. Despi-me de minha desilusão, não quis mais pensar em minha solidão. A fantasia tomou conta do meu ser . . .Acordei!


A D E U S A E A F L O R

Em um dos dias de minha solidão
Quando da vida pouco espero
Quando se hasteia do desalento o pendão
A dor aprofunda meu desespero.


Do passado retorna à minha mente
A visão de Deusa e de Flor
Revivendo no solo a semente
Inspira a musa, perfuma a flor.


Busco no fundo do meu ser
A deusa nórdica Walkyria
Da primavera a Rosa quero ver
Realizar um sonho é o que eu queria.


As duas preenchem minha desilusão
Uma inexistente como o mito
A outra, sólida afugenta a solidão
Mas sem as duas a cismar eu fico


Quero cultivar a flor real
Pois no mito o tempo corre
E a Deusa Nórdica morre
Mas a Rosa sempre é amor real.

S A U D A D E




Quando deixo São Paulo
Afugentado pelo mau tempo
Querendo livrar-me da garoa
Do cortante vento que regela a alma


Afastando-me da fumaça
De tanto ruído sem graça
Da violência que o humor estraçalha
Do frio em qualquer estação


Então me aventuro pelo mato
Recuso cumprir qualquer trato
Pois antevejo prazeres esparsos
A chamar-me para gozá-los


Além das montanhas verdejantes
Onde a natureza se expande
Coberta por um céu de anil
Brilhando com sol ou estrelado


Mas quando me afasto
E embora anteveja prazeres
Uma dor profunda dilacera meu peito
Já é a saudade a me chamar de volta.

I N T E R L I G A Ç Õ E S


Há um caminho enorme
Entre nós e a eternidade
No entanto liga-se pela mesma estrada
Na qual todos caminhamos


As separações de tempo e espaço
São meras concepções nossas
Liga-se o tempo sem intervalos
Ligam-se os espaços sem lapsos.


As esperanças concretizam-se
Transformam-se em dádivas
Com as quais nos premia a vida
Talvez para nos cobrar depois


Procuramos, nesta estrada sem fim
Encontrar acolhidas amigas
Corações que nos incentivem
Ao fim do caminho chegar.


Mas, qual o nosso destino
Para onde caminhamos nós?
Será que algum dia saberemos
Tudo o que iremos encontrar?

A D E U S

Um adeus é sempre dorido
Ele indica vidas separadas
Vislumbramos um futuro indefinido
A nos esperar no final da estrada.

Essa dor que nos assola, indefinida,
Sem manifestar-se nem se ir,
Deixando o nosso coração pequenino,
Apertado pela vontade de ir também.

Desejamos alcançar cenas passadas,
Fazer renascer outras lembradas,
Ressuscitar a felicidade que se vai
Sem mais esperança de voltar.

Agarramo-nos à despedida
Fazendo dela o elo da esperança,
Algo que desminta a desdita
De vidas que não mais se encontrarão.

Mas essa dor cruzcificante
O temor de o futuro enfrentar
Cura-se com o tempo
Quando medicados pela saudade.


H O R A S S O L I T Á R I A S

Meu coração é como um relógio antigo,
Já deu muitas voltas pelo tempo;
Rodando em torno de si
Quis alcançar o infinito.


Mas, embora muito caminhemos
E possamos nos adiantar no tempo
Se for em torno de nós mesmo
Jamais sairemos do lugar.


Não seremos nem capaz
De junto a outro ser chegar
E presos em nosso egoísmo
Sempre sozinhos teremos de estar.


Porque o tempo não vence o espaço
Que nos separa de quem queremos amar
O amor só nasce no peito
Quando aprendemos a nos aproximar.


Coração que já deu muitas voltas,
Sem encontrar alguém para amar;
Será que só quando estiveres parado,
Sentirão que também queres ser amado?


M A R I A C L A U D I A

De minha casa, à distancia;
Eu enxergo a sua janela
E aquelas esquadrias coloniais,
Servem de moldura para o meu sonho.


Imagino-a bela e esplendorosa,
Emitindo energias positivas,
No desejo puro e inocente
De também me alcançar.


És para mim a Monalisa
Inspiradora de romance
Que do coração derrama amor
Que humana derrama a alma.


Maria Claudia, personagem de romance,
Que nos ajuda a sonhar;
Encoraja-nos a buscar
A vontade de amar.


Para fundir no amor também o sonho,
Transformando-o em destino risonho,
Fazendo, até, que a Vênus de Milo,
Crie braços para abraçar.



N Ã O T E M V O Z

O negro, mudo,
Segue a orientação
Do dono que o castiga
E não o deixa crescer.


Quem é o dono
De quem deseja crescer
E tem a liberdade
De poder falar?


Quem quer aprender
Para poder ser
Luta pelo seu ideal


Busca a sabedoria
Luta pela liberdade
Para poder vencer.


C H I C O D A M A T A

Se disserem que depois da minha morte, não mais morrerá nenhum seringueiro e que a Amazônia não será devastada, eu morrerei feliz!
Chico Mendes

Deu a vida por um ideal
De ver a vegetação respeitada
Doou a vida feliz
Para que mais mortes não houvessem!
As hordas haviam tomado
As terras dos donos virtuais,
Devastando a natureza
Derrubando as árvores seculares.
Matando tanta erva saudável
Que prestava-se para curar.
Ceifando muitas vidas
De moradores do lugar.
Derramando na terra
A seiva que era vida
Sim, que era a vida da mata.
E o sertanejo lutava,
Reunindo a força dos seringueiros
Para resistir à devastação.
Que pelo mercúrio não fossem
Os rios envenenados,
Tirando a vida da gente
Que vivia no seringal.
Mas a luta feriu a ganância,
De muitos “donos” de terras,
Que não admitiam partilhar,
A riqueza com os caboclos do lugar.
Juraram o Chico de morte,
Este não se acovardou;
Mas às vésperas do Natal
Agiu a mão assassina
A mando dos grandes senhores,
Foi cumprida a jura e a sina.
Mas ao contrário de esmorecer
Cresceu na mata o ideal
E as últimas palavras do Chico
Vararam rápido as matas,
Com repercussão internacional:
Se não mais vai morrer seringueiro
Se a mata não mais vai ser devastada
Mendes deu a vida feliz.
Então deveremos honrar
Essa vida que se deu em holocausto
E como bandeira hastea-la
Para que a luta possa continuar.
Para que nos conscientizemos
Que nos cabe um dever maior
Para as gerações que virão,
Qual seja doarmo-lhes as riquezas
Que nos deu a natureza.
Para isso precisamos
Abandonar a ganância
De sempre mais querer
E contentarmo-nos tão somente
Com o que poderemos comer.
E deixarmos o luxo e o desperdício
Para podermos oferecer
Ao nosso irmão do mundo
Que também precisa sobreviver.
Elevemos o nosso pensamento a Deus
E peçamos inspiração
Para que as ações superem as palavras
Para que deixemos de ser tão racionais
E possamos falar com o coração
E assim nos unirmos
Em uma grande família universal


V I C E J A N D O




Viceja a vil vegetação
Marco indelével da estação
Quando a chuva umedece o solo
E o mato inútil viceja ao sol


Vinda de tristes ais
A vida já sem viço
O triste caboclo, com a enxada
Fere o chão para ganhar o pão


Fraco por falta da merenda
Mistura o suor às lagrimas
Em angustiante desventura


Foge a alegria de sua senda
Morreu o desejo de vencer
Já nem mais viceja a esperança.


E M O Ç Ã O I N F A N T I L

Pai!
Eu sou ainda pequeno,
Não conheço os mistérios da Vida,
Nem sei expressar o amor!
Mas talvez quando eu crescer,
Quando o intelecto se expandir,
Possa, ainda, menos saber!
Por isso desejo aproveitar,
Este sentimento inocente,
Que sinto, forte, dentro do peito,
Sem mesmo saber o que é,
Para te dar um abraço bem apertado;
E com emoção derramar,
Em teu coração uma lagrima!
Para que a guardes contigo,
Como dádiva preciosa,
Por toda a tua vida!
Que espero seja infinita!
Pois quando eu chegar lá adiante,
Quando a vida me envolver,
Não sei se poderei ter tempo,
De lembrar-me de você!


A B U S C A

Todos buscamos a Deus porque Ele é amor e nós sempre estamos aspirando encontrar esse sentimento maravilhoso. Porém, o amor é inacessível como Deus é inacessível.
Busco no passado reencontrar o elo daquele amor maravilhoso que preencheu a minha adolescência; ele rompeu-se e desligou o passado do presente. Restou somente a doce lembrança e a amarga saudade de um tempo e de acontecimentos que não mais se repetirão. Nossa vida passou a ser um árido deserto povoado por sentimentos de dor e frustração.
Estamos só! E mesmo que sejamos esmagado pela saudade, pelas recordações, jamais conseguiremos a realização daquele sonho de amor.
Por que o tempo não parou, para me dar tempo de ser feliz?
Desejo ser feliz! Desejaria mais, contribuir para que outros fossem felizes, também.
O que é a felicidade? A eterna pergunta sem resposta. Não é a posse de bens materiais, com toda a certeza.
Felicidade, talvez, não sei, seja um amor correspondido; um querer bem recíproco; uma integração perfeita entre dois seres, para não serem mais dois e sim apenas um. Não, olhando um para o outro e sim os dois olhando em uma mesma direção para caminharem ao encontro da realização de suas aspirações comuns.
Deus é amor e é através d’Ele mesmo que poderemos encontrá-Lo. Ele construiu uma ponte para que possamos ir até Ele e por Ele e com Ele caminharmos . . .



_______________________




Aspiro o Teu perfume
Que suave fragrância!
Tomo ciência, com certeza,
Que é o próprio aroma do amor.

A F L O R D I V I N A


No passear risonho de minha vida
Por caminhos de esplêndido florido
Encontrei a flor Divina
E do passado recebi o olvido.


Tal visão bela e resplandecente,
Deslumbrou-me a alma
Num resplendor incandescente
Que mudou a minha vida.


Tentei fugir por vezes várias
Mas na distancia em que me colocava
Mais crescia o amor por Ti
Sufocando o peito a doce mágoa.


Novamente agora e sempre
Volto a ver o Amor Primeiro
Desço do altar Transcendental
Assumo a falta de um elo proibido.


Mas . . .nem me vês embora;
Pois não me amaste antes e agora?
Mesmo que bata as asas em Tua porta
Falta-me a esperança de afogar-me em Teu olhar.


A V O L T A




Jurei manter-me em silêncio
Calar o amor para não incomodar
Mas minha vida transformou-se em cilício
O que me obriga a humildemente voltar.


Procurei preencher o tempo
Saí sem rumo a vagar
Enchi os olhos da visão do campo
Mas o tempo andava mais devagar.


Transportei-me para a cidade grande
Procurando nas luzes o esquecimento
Mas a vida de cavaleiro andante
Não fez que a esquecesse nem por um momento.


Eis-me novamente presente
Para mesmo de longe a encontrar
Fazendo sentir o que se sente
Quando o destino posta-se contra.


Será que o meu sofrimento
Nem ao menos ao amor inspira
Para que o afeto se transfira
Do seu coração ao meu por um momento?


N O S S A H I S T Ó R I A


A nossa história registra-se pelos momentos difíceis de nossa vida.
Quando enfrentamos dificuldades nos servimos de todo o potencial interior que se acumulou pelas nossas experiências vividas. Quem nunca teve dificuldades não conhece suficientemente a si mesmo porque não necessitou rebuscar no íntimo para encontrar a força que tudo poderá vencer.
Quanto maior a dificuldade mais profundo deverá ser o mergulho que deveremos dar para dentro de nós mesmo, para buscar, no inconsciente, aquilo que aprendemos e arquivamos para ser usado no momento preciso. Poderemos alcançar, até, conhecimentos a séculos esquecidos, mas que fizeram parte de nossas experiências passadas.
Esses conhecimentos poderão fazer parte de experiências vividas ou colhidas pela percepção, porque é através desta última que acumulamos a maior parte de nossos conhecimentos que ficam registrados no inconsciente. O inconsciente acumula dois terços de todos os nossos conhecimentos e deles somente poderemos fazer uso através do poder de penetrarmos para dentro de nós mesmo. Aí poderemos fazer descobertas incríveis que se divulgadas abalariam as estruturas da sociedade. É por isso que somente determinadas pessoas, que estão convenientemente preparadas, logram alcançar esse poder transcendental. Estes, sabem que esses conhecimentos não poderão ser revelados sem que chegue o tempo apropriado.
Mas nem por isso deveremos deixar de exercitar a nossa mente para penetrar esses conhecimentos. Paralelamente, porém, deveremos procurar o aperfeiçoamento espiritual, através do amor, que, como já dissemos anteriormente, é a centelha explosiva da perfeição espiritual.
É o Pai quem nos prova e aprova, determinando o momento da abertura do nosso ser, para que sejamos um com Ele e possamos penetrar nos conhecimentos que nos fará guias de nossos irmãos, no caminho que terão de percorrer.


O J O G O F A S C I N A N T E


A poesia encerra, no jogo das palavras, um potencial que, embora inerte, está pronto para entrar em ebulição.
E o que aciona o estopim que dispara as ações é a emoção de quem a lê.
A emoção é despertada pela interpretação que a sensibilidade do leitor tira desse jogo maravilhoso que compõe o enredo em sua profundidade, que a rigor se apresenta diverso do pensamento do poeta e diferente para cada um de nós, em ocasiões diversas.
A cada leitura, o texto se expande e se completa, conforme o estado de espírito em que estejamos; em ocasiões diferentes estaremos tirando interpretações outras em uma constante renovação da criação.
Mas, embora existam essas transformações, sempre será constante a ligação do poeta e aquele, que, ao ler, recria o pensamento.
Quando lemos, o nosso espírito projeta-se na imensidão do tempo, penetrando, sem escrúpulos em qualquer espaço, para buscar a conscientização do sonho que a fantasia gerou. Não importa se não atingirmos o ápice, desde que, para cada um de nós, haja a complementação das aspirações interiores.
Viajamos com a poesia, extrapolando o que disse o poeta, complementando as reticências para a realização da fantasia.
As palavras, construindo pensamentos, incentivam-nos a penetrar para o interior de nossas mentes, para de lá tirarmos as frustrações plantadas no transcorrer do tempo, deixando o campo fértil para a renovação do ser. Do fundo do nosso inconsciente, acordado para um recomeço, vamos buscar a interpretação precisa do que ficou nas entrelinhas.
A partir daí é que reconstruiremos o tema, fazendo o jogo das palavras e dos pensamentos, para culminar na realização de tudo aquilo que nos satisfaz.
A poesia projeta-se para o futuro estabelecendo uma ponte para a eternidade; situando o poeta como um ser que domina o tempo e o espaço através da sua criação; por meio desta ele estará sempre vivo e falando, e comunicando-se com as gerações que o precederem.

S Ã O B E R N A R D O

São Bernardo, de cidade dormitório
Transformou-se em cidade automobilística
Com incentivo às artes constituiu-se em auditório
É gente boa que aprova e incentiva.


Não só líder da fabricação de automóveis
Que contribui para a riqueza da nação
Para o cenário nacional projeta os moveis
Não para aí, em tudo desenvolve sua ação.


Povo rijo que ao estranho dá a mão
Ao imigrante, feliz abre o coração
Ao pobre sempre ajuda e dá o pão
Descontraído, em uníssono, entoa uma canção.


Tem cuidado extremo da criança
Dando-lhe carinho, esperança, amor
Da sua criança não desfaz a lembrança
Contribui para que ao pequeno não sobre dor.


Nas suas praças divertem-se irmanados
Em suas fabricas constróem a grandeza
Valente e firme defende a natureza
Os corações cheios de amor transformados.


C O N S T R U Ç Ã O O B J E T I V A




O Grande Arquiteto idealiza
Aquilo que será entregue
No tempo certo, na hora precisa
O que à alma humana sugere.


Ao obreiro escolhido entrega
Através da inspiração mental,
O plano elaborado em minúcias
Para que tenha a execução cumprida.


Mas qual será o objetivo
E o que tal plano encerra?
E o material, será tijolo e terra,
Se usará ali o esquadro e a pá?


Não, por certo, meu irmãos,
Que em doce enlevo me ouvem,
No desejo de encontrar a paz,
Pela liberdade, igualdade e fraternidade.



O plano tão solenemente elaborado
Pelo único Grão Mestre do universo,
Terá o dever e honra de construir,
Na alma humana, a convicção de saber-se irmão.

A L U A




Uma brisa soprando suavemente,
Os grilos cantando nos quintais,
As estrelas brilhando às piscadelas,
Na intenção de namorar a terra.


Ainda que o ambiente seja próprio
Para um romance iniciar,
Unindo pessoas ansiosas por viver,
Falta algo para que tudo se complete.


Mas na busca desse quase nada,
Que no entando seria tudo então,
Aprofundam-se os espíritos em si mesmo,
Desejosos de chegar ao inusitado.


E é nesse rápido momento,
De fuga dos sentidos,
Que os namorados entregam-se
Ao doce embalo da fantasia.


Eis que com tênue claridade surge a lua
Como a querer participar da cena
Completando o sonho que envolve
Vidas que desejam se encontrar.

U M A H I S T Ó R I A




O que a história trazia
Em sua trajetória precisa
Embutindo no bojo aventuras mil,
Era a felicidade prá Getulio e prá Luzia.


Então eles se encontraram
Para cumprir um destino
E construírem com alegria
Um lar para os unir.


Transpuseram os obstáculos,
Que em geral se apresentam,
Querendo dificultar
A caminhada emocional.


Embora com pensares heterogêneos
Propuseram-se construir
Novas vidas homogêneas
Para perpetuarem a descendência.


E os rebentos que nasceram
Frutos amadurecidos do amor
Ajudaram a enriquecer,
Entre flores e carinho, aquele lar.
M E D I G A




Qual a resposta,
Que se dará à nossa dúvida?
A existência se desfaz
Na consumação dos tempos?
Ou se conserva
Para alcançar o imponderável,
E projetar-se na eternidade?
Essa a nossa dúvida
E é o que abate humanidade
Pela incerteza que hoje representa
Para o dia de amanhã.
Desejamos separar
O corpo físico
Da essência do viver,
Construindo a esperança
Tão difícil de se ver.
E nesse jogo fascinante
Consumimos o tempo
Que nos resta para amar.
Concretizando assim
O que se chama fim.






P Á G I N A E M B R A N C O





Mário Quintana diz:
Que “O limite do poema é
Uma página em branco”
E nisso colocamos nossa fé.



Pois de fato o poeta
Muitas vezes jaz
Diante do aspecto incolor
A esperar que a musa abra a porta.



Com a alma a sondar a vida
Com o coração buscando a emoção
Para que desencadeie o encantamento



Até que a luz nasça fruída
Fazendo, no papel, correr a mão
Saciando por inteiro o interior.





L E I T U R A




Analise o jogo das palavras
Colocadas nas exposições verbais
Orientadas pela sensibilidade do escritor.
Ouça a doce melodia
No dizer cadenciado
Que procura alcançar a alma.
Mas . . .olhe, também,
Para os espaços entre as palavras,
Nos lugares vazios,
Que representam o silêncio
Na evolução da história.
Experimente ouvir,
Aguçando os sentidos,
A suave voz desse silêncio
E conhecerá o que ali está,
Que foi dito sem falar.
Será onde você
Irá aprender
Sem mais procurar
Os segredos da vida
Que a vida contará
Sem nada te negar.



S E R




Quando sou deixo de ser
O ser que gostaria de ser.
Porque a minha maneira de ser
É diferente de ser.
Só serei o ser que quero
No momento em que deixar de ser
O reverso do que imagino ser.
Mas, afinal, que ser,
É esse ser tão desconhecido
Que ainda que tente ser
Não é possível alcançar?
Somente saberei
Se conseguir chegar a ser
Esse ser místico que está ausente
Mas que está tão presente em mim.
Saio de mim mesmo
Para tentar conhecer
O ser que estava em mim.
Observo o ser, agora ausente,
Que já não é o que era antes.
E o conhecimento que consigo
Não me satisfaz porque
O ser, agora, é estranho a mim.
Então eu volto a ser . . .
Desistindo de deixar de ser.




C O R A Ç Õ E S D E S A Q U E C I D O S




Os corações abandonados
Esquecidos pelos enlevos do amor,
Transformam em seres acanhados,
Traspassados por inflamadas setas,
Os tristes herdeiros da dor.
Desaparecem os ideais
Criados na juventude,
Para, em seu lugar,
Estabelecer-se a frustração.
Por mais que tentemos,
Restabelecer a esperança,
Sentimos que já é tarde
Para recomeçarmos a caminhada.
Com a vontade fragmentada
Pela queda do querer,
Em vão tentamos juntar,
Pelos terrenos por onde passamos,
Os restos enfraquecidos
Que o tempo não absorveu.
Já não resta muito mais o que fazer
Para recompor o que se foi.
Resta, tão somente esperar
Que o coração seja reaquecido
Para ver se revive o amor.


A D U L T É R I O

O punhal que, insensível,
Fizestes penetrar em minhas costas
Alcançou a sua calculada intenção,
Pois não feriu somente a carne,
Foi mais fundo para atingir a alma.
No entanto, foi o corpo que morreu,
Embora conservasse a vida,
E o gesto perverso conseguiu,
Que o sangue que fruiu,
Se transformasse em tristeza.
Tão profunda frustração
Jamais alguém saberá a dor!
Sonhos, esperanças de um puro amor
Rolam no lodo, cujo odor
Afugenta a paz do coração.
Que fiz eu que te adoro tanto,
Para que partisses à procura de outro leito,
Manchando com a desonra
O nosso, no qual vivemos
Momentos de esplendor?
Mas, mesmo a derramar tristeza
Gostaria de contar com a certeza
Que tu, mesmo longe de mim
Possa alcançar a felicidade que sonhou,
E que essa conquistada liberdade
Não a leve a repetires deslealdade,
Para acabar na promiscuidade.
Mas se tal acontecer,
E fores jogada ao desamparo,
Voltes a mim sem receio
Porque do lago de tristeza
Que me deixaste
Ainda construirei o teu futuro.
Mas se já for tarde
E não mais me encontrares
Estarei algures a te esperar
Com as jóias do perdão
E as palmas da saudade.



ANGÚSTIA


Angústia que nos vem
Do mais profundo do ser
E que ali foi plantada
Pelos revezes que a vida nos deu.



Coisas que desejamos alcançar
E que a vida não nos deu
Criando em nosso interior
O vazio da frustração.



Hoje renascem como sombras
A escurecer o nosso destino
Impedindo-nos de ser feliz



Como nos opormos à essa força negativa
Que torna a nossa vida infeliz
Se não elegermos o amor como final prerrogativa?


E N T E N D I M E N T O

Como é difícil o relacionamento entre as pessoas! Principalmente, como é difícil a vida em comum! Por mais boa vontade que tenhamos, sempre estabelecem-se os choques de personalidade que põe por terra as esperanças de um bom entendimento. Isso é normal e é, praticamente impossível de se evitar, criando atritos que, encontrando imaturidade nas pessoas, fazem com que se instalem complexos vários.
Necessitamos raciocinar claramente quanto a tais ocorrências para que consigamos aliviar a tremenda carga que isso representa para as pessoas, passando a influir em seus comportamentos.
Principalmente aos nossos filhos e, também, para os filhos daqueles que não tiverem oportunidade de fazê-lo, desejamos esclarecer que os desentendimentos entre as pessoas, que vivem juntas (e mesmo as que não vivem), são normais. Cada um tendo a sua personalidade, sente o direito inalienável de impor-se; isso é um imperativo psicológico do qual ninguém deverá e nem poderá abrir mão, se não quiser destruir-se a si próprio.
Ninguém deverá abrir mão de sua personalidade, daí a necessidade de cada um de nós procurarmos compreender as razões daqueles que conosco convivem, procurando entender os motivos que os levam a agir de tal ou qual maneira. Amamos nossos filhos tal como eles são e não desejamos que eles sejam diferentes. Por mais violentos que se apresentem os conflitos, entre nós, nada mudará. E temos, para nós, que eles sabem disso. E se agem da forma como são é porque têm a certeza inabalável do nosso imenso amor.


I N T E R L I G A Ç Õ E S




Embora possuamos a eternidade para a realização de nossas missões, a obra que teremos a realizar será desenvolvida por etapas que interligam-se aos trabalho de outras pessoas. Durante os períodos em que formos recolhidos para repouso, a tarefa terá a continuidade através de outros seres. Mas caberá a nós a realização de etapas que se não forem concluídas, atrasarão e desarticularão o andamento geral.
Quando deixamos de realizar as etapas afetas a nós, estaremos comprometendo a realização da caminhada para alcançar os objetivos que poderão beneficiar a humanidade.
Pensando nisso, avaliamos a responsabilidade que cada um têm, na evolução da história. Se fracassarmos estaremos estabelecendo um hiato que poderá influir nas vidas de outras pessoas.
Mas os poderes do alto, sempre tem condições de reparar o mal, por possuir a onisciência. A propósito conta-se a história de que quando Jesus voltou para o céu foi interpelado pelos anjos sobre o trabalho que havia estabelecido para a salvação da humanidade, e como tudo se desenvolveria. Ele respondeu: Eu preparei doze discípulos para que desenvolvessem um trabalho de difusão do evangelho; receosos os anjos teriam perguntado: E se eles falharem: Jesus respondeu: Eles não falharão.
A nossa vida física tem uma razão de ser e não poderemos passar por ela sem doarmos o máximo de nosso potencial para o cumprimento de nossa missão. Fomos colocados, cada um de nós, dentro de um contexto onde deverá ser desenvolvida a nossa ação para que um determinado grupo de pessoas seja beneficiado.
Tenhamos sempre em mente isso e onde estivermos procuremos saber o que poderemos fazer de bom aos nossos semelhantes!


P O R Q U E D I Z E R





Quando digo
Por acaso digo algo?
Ou o meu silêncio
É quem fala por mim?
Em minha reflexão
Penetro no fundo do ser
Para procurar saber
Mais do que meu ser
O saber que envolve o Ser.
Alcanço a profundidade
Do que será o reverso
Do conhecimentos exteriorizado.
Para onde terei de caminhar?
Para a exteriorização do conhecimento,
Ou para o reverso do meu ser?
Nas incursões que tenho feito
Tentei encontrar o caminho
Que sem subdivisões
Nos conceda de uma vez
Visualizarmos a eternidade
E possamos construir
O futuro que desejamos.


A M A D U R E C I M E N T O


Olho no espelho, não vejo nada,
Desapareceu a imagem
Que em vão desejei criar.
Onde estás, reflexo meu,
Para me revelar, o conteúdo teu,
O reverso de mim mesmo?
O nada se revela
Vazio, pelas fulgurações
Que tiram do ser
Tudo aquilo
Que ocupa os espaços,
Criados para abrigar
As criações transcendentais.
Agora ou antes,
Ou na plenitude do tempo,
Repetir-se-á a transformação
Que encontrará no espaço
A imagem que desapareceu.
Olho a vida, querendo enxergar
O rumo incerto
Que o destino construiu
Para desmentir
O que o futuro não cumpriu;
Estabelecendo o caos
De vidas divididas
Em partes desiguais.
Contemplo a morte
E nela sinto a vida
Que estende-se pela eternidade
Juntando partes
Que perderam-se no tempo.
Agora já domino
A essência do conhecimento
E não repetirei
Os enganos infantis,
Pois já alcancei
O que tinha de alcançar.


N O V A P E R S P E C T I V A

Muitos anos de convivência
Não são prova de compreensão.
Apesar de vivermos juntos,
Não aprendemos a nos conhecer,
E isso nos causa a frustração;
Estabelecendo o desencontro,
De almas que teriam um dever,
De reconstruírem no presente
Tudo aquilo, que no passado,
Deixaram por terminar.
Somos seres tão diferentes,
Querendo construir vidas
Com acontecimentos homogêneos;
Mas só temos capacidade
Para criar em nossas vidas
O vazio da desilusão.
Não te compreendo, nem você a mim..
Olhamos e não nos enxergamos,
Procuramos e não encontramos,
Um caminho comum para nós dois.
Então, embora seja penoso,
Embora nos cause pesar,
Teremos que seguir, caminhos diferentes;
E destruirmos isso que
Levamos tantos anos a formar.
Serei feliz, estarás contente?
Deixando tudo sem voltar atrás?
A saudade, por certo, nos acompanhará;
Estaremos sempre lembrando
Dos pedaços de nossa história;
Das mágoas que sentimos
E, também, dos momentos de alegria.
Porque! Porque isso acontece?
Será que já esgotamos, o rol de possibilidades,
Que poderia um dia, voltar a nos unir?
Não sei! Saberá você?
Vamos tentar?
Se pudermos recolher, os pedaços de ilusão
Que abandonamos pelo caminho,
Talvez possamos reconstruir,
Com amor, a realidade!



C H E I R O D E I N F A N C I A


Tem uma coisa que me persegue Fazendo nascer o desejo
E que até eu gostaria De crescer e de vencer.
Que fosse mais veloz do que eu Por que hoje as coisa
não tem
E de fato me alcançasse. Mais o gosto da esperança?
É uma nostalgia profunda Por que não sentimos
Em que meu cismar afunda Outra vez o cheiro que em criança?
Querendo voltar atrás. Que saudade!
Reviver meus tempos de menino,
Sentir aquele cheiro de infância,
Viver novamente as emoções
De saber que se é amado.
Minha avó índia Vicência
Por demais versada nas crendices,
Que ao me receber,
Logo com a mão em minha cabeça,
Recitava uma oração;
Cochichando bem baixinho
Só prá Deus a escutar
E me dar a proteção;
E depois, desenrolando o lenço,
Me oferecia uma pataca de tostão.
Minha avó negra Honorata
Que nos serões da casa grande
Revivia as histórias
De sua mãe Justina lá na África.
Mulheres batucando
Por cima de braseiros
Comprovando o poder
Dos fetiches sagrados.
Mas o que eu mais gostava
Era assisti-la
Na confecção de guloseimas;
Doce de abóbora, cuscuz, goiaba,
A cidra, laranja, bom-bocado,
Chouriço,
E a cocada de várias qualidades.
Tudo temperado
Com um ingrediente em extinção
Que ao tempo havia em profusão,
Que saia lá do fundo,
Do fundo do coração;
E adoçava-me a vontade




A R Q U É T I P O S M I T O L Ó G I C O S

O ser humano, em sua irracionalidade, construi arquétipos possuidores de virtudes impossíveis de serem alcançadas. Fixa isso em seu subconsciente, passando a procurar, na realidade, aquilo que não passa de sonho e fantasia. É necessário racionalizar e conscientizar-se que o ideal fantástico não existe como realidade.
Alimentamo-nos do sonho e desejamos enquadrar as pessoas nos ideais que a nossa fantasia gerou. Esse ser mitológico não existe na realidade; por isso ficamos frustrados não conseguindo encontrar aquilo que seria o ideal para nós.
À medida que amadurecemos, embora reconheçamos a utilidade do sonho e da fantasia, que tem o seu lugar na formação de nossa personalidade, aprendemos a separar tudo aquilo que gostaríamos que fosse, daquilo que é realmente. Assim, mesmo continuando a sonhar, estaremos discernindo através do nosso espírito, o que de fato é útil para a nossa evolução espiritual.
Ao separarmos a fantasia da realidade não deixamos de sonhar, porque o sonho é que mantém vivo o nosso ideal para que, de fato, algum dia, as coisas possam ser realizadas de uma maneira mais humana, para que todos possam viver, não apenas como criação de um Deus, Todo Poderoso, e sim como realmente somos, filhos de Deus, que não faz diferença entre os seus diversos filhos. Quem as faz somos nós, julgando-nos com direito de usufruirmos de uma maior parte dos benefícios divinos. Isso acontece, unicamente pelo nosso egoísmo que somente poderá ser destruído, de nosso íntimo, pelo nascimento do amor. Enquanto isso não acontecer continuaremos a ser entidades imperfeitas, que com a sua ignorância estará cada vez mais acumulando uma dívida social a ser paga.
O nosso apelo é por sabedoria! para que sejamos ajudados a criarmos uma visão nova para que a humanidade possa ser transformada. Quando recuperarmos a visão espiritual, que perdemos pela nossa insensibilidade, então, estaremos começando a caminhada para a realização da missão para a qual fomos chamados.; Vocês, que são participantes desse grupo, reunam-se a nós para que o tempo seja encurtado e a humanidade seja mais rapidamente redimida. Será que somos arquétipos mitológicos ou seres humanos capazes de respondermos com responsabilidade ao chamado?


M U S A



. . .! Quem diria!
Depois de passados tantos anos
Ainda sobrevivesse o grande amor
Que nasceu quando te encontrei!


Seu sorriso lindo embalou
A dor que então nasceu
Quando morreu a esperança
No triste dia da tua despedida.


Partido ficou meu coração
Minha voz embargada, já, pela saudade
Repetia insistente a oração
Para que se realizasse o milagre da tua volta.


Mas os nossos destinos eram desiguais
No Alto haviam sido traçados
Caminhos diferentes para nossas missões;
Dever de aquecer outros corações!


Cumprimos fielmente o indicado
Construindo e afagando vidas novas;
Para outros buscamos a felicidade
Para nós só guardamos a saudade.
A L G U É M M E D I S S E

Gostaria de gritar ao mundo o que se passa em minha alma. Gostaria que todo o mundo sentisse o que sinto neste instante; felicidade, o prazer de poder escrever alguma coisa, de exprimir algum sentimento em uma folha de papel para você, que é tudo de precioso que possuo na vida.
Gostaria que todos os casais de apaixonados se sentissem livres, voando sobre montanhas verdejantes, como sinto-me ao seu lado.
Gostaria que todos tivessem a felicidade de ouvir uma musica e recordar-se de alguém, de sentir esse alguém bem junto, bem abraçado, lembrada, flertada de amor..
Gostaria que o amor fosse eterno, gostaria de estar ao seu lado!
Porém, você está aí e eu aqui, materialmente separados e espiritualmente juntos, bem juntos.
Não me conformo com essa analisada conclusão, pelo contrário, não posso me conformar porque o meu amor é egoísta e supera a necessidade.
Eu me deprimo quando me desfaleço por alguns instantes e sonho com teus beijos, com teu carinho; mas quando acordo! Que droga, foi só um sonho! Então passam pelo meu cérebro várias perguntas sem resposta. Eu deliro, fingindo conversar com você; te falo mil e uma coisas, tento beijar-te mas não posso, você está longe.
Eu digo que te amo, mas nem assim você responde.
Eu não sei o que faço porque te amo!
Sei que vou sofrer com esta ausência contínua, mas você jamais sairá do meu pensamento, porque você é tudo para mim.
Amor, quero que quando você folhear este caderno, nunca fique triste, porque eu sabendo que você é feliz, fico também. E só assim poderemos nos fazer mutuamente felizes.

Adeus


E eu nunca mais a encontrei . . .


C A S O D E A M O R

Quando acontecerá
Aquele caso de amor
Que povoou os meus sonhos?
Vivi sonhando o futuro
Na esperança de encontrar
A razão de viver.
Encontrar um amor maduro
Que fosse uma troca real
Entre dois seres
Que buscam alcançar
Os mesmos objetivos.
Seria a realização
E o preenchimento do vazio
Que vem magoando o coração.
Quando acontecerá
Aquele caso de amor
Que seria a razão do meu viver?


G R I T O

Dei um grito tremendo
Na ânsia de ser ouvido
Através do eco que ricocheteou
Pelos labirintos do tempo;
Para alcançar o espaço preciso
Onde reunir-se-ia a assembléia
Daqueles que deveriam
Reunir-se aqui.
E aqueles que haviam sido designados
Começaram a caminhada
Que se prestaria
À preparação
Das qualificações necessárias
Ao cumprimento de uma missão
Profetizada por aqueles
À quem foi dada a visão.
A quanto tempo,
Iniciou-se essa caminhada!
Colhendo a cada um de nós,
E colocando-nos
Nesta jornada espetacular
Que nos levará
À conquista do universo!


R O S E M A R I E



Uma flor e uma Santa
Este nome encerra
Enfeitando a vida
Purificando a alma.


É a personagem triunfante
Que nasceu algures
E que na ânsia de fazer-se luz
Antecipou-se à primavera.


Em sendo rainha das flores
A sua sensibilidade perfuma o lar,
Com as qualidades de Maria
Transforma-se em mãe ideal.


Rosa e Maria,
Dois símbolos eternos,
Que reunidos na ternura
Transformam-se em suavidade


Rosemarie representa a esperança
De corações que ainda amam
Pois trás a muitos alegria
Enfeitando a Primavera.

N A D A I M P O R T A

Não importa quem eu sou!
Sou uma voz desconhecida,
Resultado de um sopro
Que introduziu-se em mim,
Percorrendo todo o corpo,
Oxigenando o sangue,
Alimentando o coração,
Dando a vida circulante,
Que entranha-se no meu ser,
E volta vibrante
Para atingi-lo pela comunicação.
Não importa quem eu sou,
Contanto que convivamos juntos
A procura de atingir metas
Que possam favorecer
O florescimento do amor.
Não importa quem eu sou,
Importa que eu sou alguém
Que acima de toas as coisas
Ama por demais a vida
E tem a suprema aspiração
De que todos possam alcançar
Esse poder de amar.
Não importa quem eu sou;
Sou eu e sou você,
Porque estamos interligados
Por um destino solidário
Que jamais conspirará
Para que haja desunião.
Não importa quem eu sou,
Você nem precisará saber,
Desde que juntos caminhemos,
Lado a lado, sem tropeçar,
Com os nossos olhos voltados
Para os mesmos objetivos
Que afinal nos premiará
Com a felicidade esperada.
Não importa quem eu sou,
Nem importa onde estou,
Pois sempre estarei presente . . .


C O M P A N H E I R A F I E L



Minha companheira é a poesia
Musa que me envolve todas as horas
Com o seu manto constante de ternura
Abraçando-me até a fusão.



Misturando-se comigo, assim
Como fazem dois amigos
Não deixando espaço que os separe;
Almas fundidas em um mesmo ser!


Ela chega vinda das alturas
Do saber das regiões transcendentais
Percorre minha mente em um repente
E espalha-se na conquista total.


Provoca sensações alucinantes
Na conquista de espaços secretos
Acelera o peito e o ar faz faltar
Na elucubração de poemas e sonetos.


Com essa dedicação que só o amor nos dá
Ao nos saciar da vontade de sonhar
Deixa-nos prontos a abandonar a fantasia
E humildes voltarmos a viver a realidade.



Q U A L A R E S P O S T A


Me perguntaram: Quando você começou a escrever? (Claro que referiam-se, não ao simples ato de escrever e sim ao de criação literária).
Ao meditar sobre isso voltei o meu pensamento ao passado e encontrei aquela figura maravilhosa que me ensinou as primeiras letras; voltei mais no tempo e vi aqueles que me ensinaram a sentir. Mas essa visão deveria afastar-se mais ainda, até alcançar aquelas pessoas que ensinaram a viver os que me ensinaram a sentir.
Uma pergunta tão simples e, no entanto, nos leva a reflexões tão profundas que impossibilitam-nos de emitirmos uma resposta lógica, pois embora eu passasse a colocar os meus pensamentos no papel em uma determinada data, a disposição nasceu em alguma fase de uma longa caminhada.
Descompromissadamente poderíamos responder: Ainda nem começamos a escrever, porque antes precisaremos aprender a viver; e nessa vivência nunca terminaremos o aprendizado de sentir. Iremos simplesmente exercitando para aprendermos pensar e produzirmos algo que, talvez, poderá ser entendido pelos que vierem depois de nós.
Para registrarmos, em caracteres gráficos, coisas que vailam a pena e que possam vir a ser úteis à humanidade, deveremos desenvolver a nossa percepção para podermos colher, da aura austral, os conhecimentos que ali estão à disposição para aperfeiçoamento dessa humanidade.
Tudo tem o tempo certo e não adiantará desejarmos forçar querendo saber algo que ainda não poderá ser revelado. As revelações nos serão fornecidas de acordo com a evolução pessoal, para que não haja mau uso daquilo que se aprender.
Já existem pessoas que têm pleno conhecimento de coisas espetaculares e que sofrem por não poderem revelá-las para abolir os sofrimentos de muitos irmãos; assim tem que ser, visto que a revelação poderia causar mais mal do que bem, pelo despreparo que ainda existe. A cura nunca virá de fora e sim de dentro. Ali é que está o grande laboratório capaz de elaborar o medicamento para todos o males!
O P O E T A É . . .


A poesia, sendo a forma de expressão da emoção, é propriamente a exteriorização do ser, da alma do poeta. Essa exteriorização expressa-se por símbolos próprios que carecem de interpretação; esses símbolos representam sentimentos e aspirações secretas que muitas vezes nem são do conhecimento de quem os exterioriza.
Ao analisarmos a obra de um poeta poderemos conhecer-lhe pormenorizadamente a alma. Trata-se de uma verdadeira projeção da personalidade, expressada por símbolos.
Sendo a expressão exterior do eu, é compreensível que a poesia seja incompreendida por aqueles que não possuem afinidade com o poeta, subjetivamente, para colher, nos espaços vazios, o que ele falou sem dizer que, aliás, é a parte fundamental da obra.
É necessário que haja uma sintonia subjetiva do leitor com o poeta, fruto de uma vivência existencial, aqui ou algures, que os terá capacitado a um diálogo através do silêncio que ecoa nas entrelinhas.
O poeta é, ao mesmo tempo, o mais feliz dos mortais e o mais deserdado da sorte.
A poesia é ficção e propicia ao poeta criar o sonho e a fantasia; ele ama e faz-se amado na subjetividade da sua criação. Projetando-se em seus personagens, vive a sua existência imune à rejeição. Ao mesmo tempo sente-se impotente diante da impossibilidade de transpor o seu sonho para a realidade.
Não existe nada mais fascinante do que o sonho, pois ele encaminha-se de acordo com as nossas aspirações; neles nós amamos e, melhor do que isso, fazemo-nos amar, fazendo abstração da realidade, que quando nos faz voltar a ela nos trás a frustração.
Quando nos deparamos com essas alternativas: viver o sonho que nunca poderá ser transposto para a realidade ou simplesmente viver a realidade sem direito ao sonho, cremos ser a primeira a mais gratificante. Quando simplesmente vivemos a realidade ela amarga-nos a tida de tal maneira que retira-nos as alegrias que poderiam ser criadas; quando vivemos o sonho ele condiciona-nos a vencer todas as dificuldades.
De maneira que o potencial de sonho que o poeta possui qualifica-o a transmitir amor e paz, transformando-se, nesse contexto, no mais feliz dos mortais.
F O L H A M A N C H A D A


Ao colher uma rosa no jardim
Um espinho me feriu a mão.
Uma gota de sangue,
Partindo do coração,
Viajou, para, rompendo o espaço,
Beijar a flor.
E eu, sem notar o ato de amor,
Insensível em meu cismar,
Egoísta esqueci a dor
Que causei à natureza.
E desejando registrar,
Em meu diário o ocorrido,
Manchei de sangue a alva folha,
Perpetuando, por esse sinal,
A lembrança da vida que extingui.
Assim também fazemos,
Muitas vezes, com o amor,
Ferindo rudemente a quem amamos;
Esquecendo, insensíveis, os momentos
Em que juntos desfrutamos
No doce caminhar da convivência.
Ensina-nos Oh! Deus!
A gravarmos os eventos
Em que os nossos sentimentos
Revelaram os preceitos Teus.
Ensina-nos Senhor
A respeitarmos a natureza,
A amarmos o nosso irmão;
Para fazermos jús
Aos grandes sacrifícios
Que Tu pagastes na cruz.
Tu que és Pai e és Filho,
Tu que salvas,
Que és Cristo Jesus!


E M O Ç Ã O


Dois olhares que se encontram,
Dois corações interligados,
Duas almas desfazendo a nostalgia,
Na procura de um sentimento
Que transforme toda a vida.
Mãos se procurando,
Um toque aveludado,
Procurando preencher
Um vazio que existia
Mas que vai se completando;
Estabelecendo a sensação
De suprema alegria.
É o amor que nasce
Interligando duas vidas,
Consolidando a união
Sem que se estabeleça a culpa.
Então chegou o momento . . .


A N T I G A M E N T E



Oh! Antigamente!
Quando a pureza existia
E os corações palpitavam
Com a manifestação inocente
De um sorriso discreto
Que falavam tantas coisas,
Às mentes que trabalhavam!
O intelecto criava fantasias
Que projetavam-se por dias e anos
Na visão de um futuro risonho.
Oh! Antigamente!
Quando era permitido sonhar
Com as quimeras
Que sempre o coração espera.
E imaginar presente o encontro
De vidas que se querem
Pensando ser um prêmio conquistado
Que jamais,
Poderá nos ser arrebatado.
Oh! Presente!
Que cruel desmente,
Os sonhos sonhados,
As conquistas alcançadas,
As lutas vencidas!
Quedamo-nos inertes
Com a vontade entorpecida
Sem mais forças prá lutar,
Sem nem coragem de olhar
Para a montanha de ilusão
Que deixamos para trás,
Do pico da qual,
Contemplamos beijos e flores
E ao longe um mar de amores,
Querendo fazer-nos de Deus
Para o além visualizarmos.
Agora pagamos o preço
Que é cobrado dos incautos
Que nunca poderão colher
O que, sonhando, não plantaram.




Não Importa!


Não importa quem eu sou.
Sou um anônimo
Que sem constrangimento
Deseja expressar um sentimento.
O prazer de tê-la conhecido,
Embora em rápido colóquio
Talvez já esquecido,
Mas que possibilitou
Constatar, em um momento,
Que ainda há doçura;
Que a alma está em crescimento
E poderemos encerrar a procura.
Pois encontramos a grandeza
Nessa alma que se derrama
E que apesar de até poder
Subir a um pedestal
Volve o seu angelical olhar
Para contemplar os pequeninos.
Feliz o pássaro que pousa em sua janela,
Felizes as pessoas que lhe compartilham o lar!


R E T A L H O S



À medida que viajei
Desejando encontrar o fim
Da estrada chamada tempo
Fui dividindo-me em pedaços
Que larguei pelo caminho.
Havia tanta esperança
Quando parti do meu interior
Carregando a bagagem
Que construi trabalhando
Os místicos mistérios
Das regiões transcendentais.
Parti na certeza de encontrar
As alegrias que sonhei
Naquele objetivo final
Para onde havia partido
A musa da minha fantasia.
Mas, também, dela
Foram as partes que encontrei
Abandonadas à margem do caminho
Já esvaziadas de esperanças,
Sem animo de vencer
O restante da caminhada;
E ali mesmo encerramos
A vontade de chegar.


P R O C U R A



Como poderei encontrar
A felicidade prometida
Se não puder encontrá-la
Sorrindo-me à beira do caminho?


O meu passado amargo
Sempre foi um procurar insano
Desejando realizar concretamente
O amor só vivo em mito.


Sempre carreguei em meu espírito
O peso da desilusão
Que aumentava a cada passo
Por não tê-la presente em minha vida.


Mas eu nem sabia que existias
Escondida que estavas no cismar
De aventuras e príncipes encantados
Que dificultavam-na perceber a realidade.


Nem agora a encontro livre do passado
Estás presa a sentimentos inacabados
Que ainda habitam teu coração
Estabelecendo o alheamento entre nós dois.


D E S E J O

Ah! Como eu gostaria,
Que você me amasse!
E que me olhasse
Sem ser por obrigação.


Se importar em me cuidar
Como se eu fosse
Um ser que precisa
De carinho para viver.


Não apenas me desse
Mas se desse a mim
Numa entrega consentida
Como quem deseja se doar.


Isso seria a realização
Do sonho que idealizei,
O doce fluir da fantasia
Para ser satisfeita a dois.


Nós dois aqui perdidos
Sem a direção encontrar!
Embora os corações se inflamem
Na vontade de amar.



F U T U R O



Olhe para a frente
Procure viver o presente,
Caminhar para o futuro,
Apagando o que passou.


Sei que é difícil
Enterrar vidas que existiram;
Que mesmo atormentando-nos
Fizeram parte de nossa história.


Mas o que resta ainda
Dos pedaços que abandonamos
Dessa história que não satisfez
E que não conseguiu preencher esse vazio?


Resta-nos tentarmos conquistar
O que o futuro poderá nos dar;
Não fiquemos paralisados
Deixando um novo amor se ir embora.


Estabeleçamos as prerrogativas
Para criar novamente a esperança;
Afugentando de vez de nossa lembrança
Todas as coisas que nos foram negativas.


L A Ç O S




As lembranças me prendem,
Impotente, à adolescência
Tempo de alegrias e prazeres
Mas também de muitos pesares.


Ali deixei perdido na saudade
O retrato do primeiro amor,
Que diluiu-se na fantasia
Como a destruir a realidade.


Mas essa realidade existe
E até me prende ao passado,
Aquele período florido
Cheio de anseios e visões.


Nem imaginávamos nos verdes anos
O que se estenderia pelo futuro;
Desconhecíamos a maldade do destino,
Que separa cruelmente os que se amam.


Em meu peito nasceu um nó
Que nem um novo amor desfará;
O desespero e a dor no peito
Só se aplacaria pelo reencontro que nunca se dará.

E N T R U D O




Quando essa orgia findar
E toda a ilusão não mais existir
Os corações estarão ansiando
Para renovar as esperanças.


As mentes voltarão a raciocinar
O sangue se esfriará
E começaremos a projetar
Novos caminhos a percorrer.


Será preciso limpar
Todos os vestígios do passado
E iniciar nova caminhada.


Que nos leve a crescer
Para podermos alcançar
O poder de renascer.







S E R E S T A



Quando todos já cansados
Se recolhem às suas casas
Para desfrutarem do descanso
E retemperarem-se do dia de trabalho.


A noite em suave brisa
Ilumina-se com mil pontos a piscar
E a lua ergue-se lentamente,
Cheia, prá brindar os namorados.


No silencio que se instala,
Só ouvindo-se dos grilos o cricrilar,
Outro murmúrio mistura-se no ar,
Trazendo a voz de um trovador.


Com a cadência do violão marcando,
E a flauta chorando de emoção,
O grupo de jovens inicia
A seresta prá moça em sua janela.


O coração expande-se prá receber
A mensagem do amor primeiro
Que marcará prá sempre
Esse momento gravado pela emoção.

V I A J E M S E M V O L T A



Se eu construísse minha morada
No final da existência
E para lá me transferisse
Desligando-me do passado!


Embora aqui não fosse lembrado
E passasse a apenas ser
Uma lembrança apagada
Nos corações que aqui ficaram.


Com certeza, eu me lembraria,
Com tristeza e saudade,
Dos momento que aqui vivi
De quem por aqui deixei.


Este pensamento presta-se
Para despertar a nostalgia
E confranger os corações
Saudoso pelo bem que já perderam.


Parto, neste momento de emoção
Quando, só, me quedo em vão;
À procura de um amor
Que me preencha o coração.


S Ó S A U D A D E



O teu olhar aqueceu meu coração
Mergulhei para dentro de mim mesmo
Para poder sentir as emoções
Geradas pelo reflexo dos teus pensamentos.


Foi como penetrar águas cristalinas
Para despojar-me das impurezas
E poder voltar à vida
Reencontrando a esperança.


Nova vida se iniciando,
Renovando-se nesse recomeço
Para poder alcançar o sonho
Para poder viver a fantasia.


Por que não te encontrei algures,
Quando percorri tantos lugares,
Com o desejo de encontrar
No teu amor um descansar?


Afogo-me em águas turbulentas
Empurradas pela enxurrada do tempo
Que desgastou tanto nossas vidas,
Legando-nos, apenas, uns pingos de saudade.


U M A V I S Ã O M O M E N T Ã N E A




Quando contemplo a tua juventude,
Oh! Mar a minha vida se transforma;
Ponho-me à procura da virtude,
Desejando libertá-la das vestes seculares.


As suaves ondas espumantes
Parecendo cabelos ao ar flutuantes,
Madeixas envolventes
Transluzindo o brilhar dourado.


No entanto o espírito que o povoa
É um ancião também;
Sem preconceitos poderíamos misturar
Os nossos destinos vacilantes.


E projetarmos a nossa união
Espiritual, em nosso caminhar,
Para encontrarmos no futuro
As bênçãos que a natureza nos traria.


Estaríamos vivendo o sonho
Na pura criação da fantasia
De que a vida nos traria
O encontro antes sonhado.

N O S A R Q U I V O S D O T E M P O


Nos arquivos do tempo
Encontrei a história
Que registrou a emoção
De antepassados ilustres.


Que contemplando a planície verdejante
Cortada por um ribeirão ao meio
Tiveram a visão precisa
Da cidade que ali iria surgir.


Elevaram o seu pensamento a Deus
Em um manifestação de fé
E no alto do morro ergueram uma cruz
Para que o Criador lhes desse luz;


E a sabedoria necessária
Para conduzirem os destinos
Do povo que ali se instalaria.
Vindos dos vários rincões da Pátria.


Acorreu gente valente
Prá vila que se criou
Construindo e forjando
Um povo Vencedor.


A cidade cresceu e humanizou-se
E um símbolo logo se criou
São as “Palmeiras Imperiais”
Que como oração ao céu se elevou.


Mas quem são os pioneiros
Para os gravarmos na memória
E ensinarmos às crianças
A maneira de honrá-los?


Venerando Ribeiro da Silva
Que riscou os traços da cidade;
José Gomes, José Cristóvão
Esses dois, também de Lima.

Joaquim Custodio Dias
Acompanhado de José Pereira dos Santos
E mais Diogo Garcia de Figueiredo
Que foi o Barão de Monte Santo.

Com certeza outros mais
Participaram do evento
Não os citando aqui
Prestamo-lhes nossa homenagem

E também aos posteriores
Endereçamos nossa atenção
E através de duas personagens
Iremos prestar nossa homenagem.

Francisco Teive de Almeida Magalhães
Que iluminou mentes sedentas;
E o “Silvana Agrestias” - Edgar de Freitas
Que foi do jornalismo , o expoente.

Também citaremos o folclore
Que fica à margem da história
Falando de “ Maria Vassourinha”
Do “Chibufa” e da “Marafa Rosária”.

Aos personagens da história
Rendemos nossa homenagem
Aos que constróem no presente
Nossa admiração pela coragem

E à geração futura
Que construirá a grandeza da nação
Rogamos as bênção de Deus
Para que alcancem a realização.


R E V E R S Ã O



Gostaria de ser tocado por um Deus
E ser revestido de poder
Para que num ato arrebatado
Pudesse rescrever minha existência.


Reverteria a realidade em fantasia
Para deixar de viver tantos percalços
Aboliria da vida os maus pedaços
Viveria, efetivamente, o que sonhei.


Porque dividimos nossas vidas
Depois de embaralharmos os destinos?
Na divisão dos prós e contra
Geralmente nos confundimos na escolha.


Deparamo-nos com o real assustador
Que obriga-nos a sermos racionais
Mas sonhamos construindo fantasias
Para, covardemente, fugirmos à realidade.


A vida que levamos, então,
Enredados pelo sim e pelo não
Separa-nos do prazer do sonho
E da realidade tornamo-nos estranho.


O U V I N D O O I N T E R I O R



Ouvir em nossas mentes
O maravilhoso cântico do amor
E partir para a conquista do universo
Buscando encontrar a semente
Que deu origem à dor;
Para germinar outra
De um procedimento perverso
Depois de construir o passado
Que entranha-se no faturo
Procurando na passagem
Usufruir dos acontecimentos presentes.
Sondando o interior de si mesmo
Para conhecer o que foi o que será
Fazendo projetos telúricos
Na ânsia de concretizar
Sonhos gerados do nada
Caminhando até o infinito
Para criar oportunidades
De coisas que devem acontecer.
Do sub . . . ao objetivo
O destino tramando encontros
Mas também muitos desencontros;
Separando vidas homogêneas
Num destroçar de alegrias;
Doando só agruras,
Acontecimentos penosos
Para criar desenganos
Que nos tornam profanos
Por guardarmos a saudade
De coisas que ainda não foram.


M O R R E R



Morrer é um dormir constante,
Mergulhar sem medo no mistério.
É procurar o que se faz distante . . .
Para envolver a alma em refrigério.

A vida, que é um acontecer da sorte,
Que desenvolve-se racional,
Tem como final objetivo a morte,
Não foge desse poder direcional.

O que nos cabe é aceitar
A visão que a vida nos dá
Que nos concede o acertar
O caminho que se encontra . . .lá.

Partimos tristes reticentes . . .
Buscando o descanso eterno
A reencontrar o amor materno
Para ouvir cantos silentes.

Encontramos o Poder Eterno
Ao Qual desejamos nos fundir
Para nos salvar do inferno
Evitando que venhamos a nos confundir.


A L O N G A E S P E R A



O destino predestinava o incerto
Na vida do menino triste
Na vivência da felicidade ao reverso
Qual o canário a revirar o alpiste.


Infância descuidada mas alegre
Embora pobre, tudo a faltar,
O coração cheio de esperança,
Vistas longas a contemplar o infinito.


Sonhando que sonhava com amores
Sentindo o desejo de ser amado;
Que a vida limpasse as suas dores
E o transportasse qual pássaro alado


Para a realização da fantasia
Procurava a musa amada;
A cada volta a vida lhe trazia,
Como prêmio, a oferta do nada.


Mas chegou a hora e o tempo
Ao legar-lhe, a vida, o que era preciso,
A musa apareceu com um sorriso,
Transformando sua existência.


S O L I D Ã O

Ah! Minha solidão!
A minha solidão,
É povoada de fantasmas.
São imagens preciosas
Da minha infância, juventude,
E até do meu futuro.
Elas rodeiam o meu espírito
Confortando-me
Da ansiedade, das perdas sofridas.
Acalenta-me
Para elevar-me do chão
Onde, inconsciente, desejo estar.
A minha Solidão!
Os meus fantasmas!
Transformam-me
Em uma unidade carente
Que entrega-se contente
A qualquer ligação;
Para amainar o desejo de ser,
De sentir-se gente,
E ser selado por um beijo teu.













F A Z E R A M O R





Da próxima vez que “fizermos amor”
Procure antes extrair de ti toda a dor;
Rebusque no teu íntimo a fantasia
E viva sem fingimento o elo que extasia.


A amargura é má companheira,
O ressentimento apaga a fogueira
Que em vão acendemos sem ter lenha
No afã de vivermos uma paixão.


A ligação que finaliza em sexo
É parte da construção com alicerce e teto
É o coroamento de algo que tem nexo


Mas como coroar o que não tem,
Em nosso sentimentos, começo e fim,
O que para nós não representa nada?







P E L O S C A M I N H O S D A V I D A



O meu corpo é fechado
Porque minha mente é aberta
E tanto as boas como as más intenções
Circulam livremente pelo espaço.


Meu espirito é alegre
Porque, em que pesem as agruras,
Sei que sou imortal
Tendo a eternidade a percorrer.


Meu coração é humano
Porque é a extensão do meu ser,
E unidos percorremos a vida
Para não perdermos a esperança.


Sou senhor do espaço
Porque não conheço distancias
Aqui, lá ou no infinito
Percorro sem sair do lugar.


O tempo para mim não existe
Porque sou liberto de limitações
Transponho o final do que é eterno
Para suprir o que me falta.

L A M E N T O



Quando fico só
Me perco em devaneios
Minha alma causa dó
E perde o rumo dos anseios.


Procuro, em vão
Através de uma visão distante,
Viver os mitos
De um passado não vivido.


Encontro o vazio dos sentimentos
A preencher o nada do presente
Minha alma, em triste lamento,
Canta o mal do amor ausente.


Por que não conquistamos a certeza,
De ainda possuirmos a esperança?
Por que instala-se a aspereza,
De um caminho que nos tolhe a andança?


Deixar-nos-á o destino
Caminhar até o final,
Para recebermos o sinal
Da conscientização do ideal?

S O L I D Ã O II




Quando estou só
Percebo que
Mesmo quando não estou só
Estou sozinho.


Sinto-me no abandono
Sem carinho
Nem um elo fugidio
Enfeita meu mundo pequenino.


Abro o coração
Esperando que aconteça o inusitado,
Que alguém sem enfado
Passe a nele se abrigar.


Preencho de carinho
Uma vida tão fugaz
Desfaço o abrigo, o ninho
Sem mais olhar para trás.


Novas metas quero realizar
Para afastar a solidão
Desfazer de mim a desilusão
Para afastar a solidão!


A S P I R A Ç Ã O



Com todo o respeito menina
Cujo corpo e aroma tem dono
Queria eu ter a sina
De que por mim perdesses o sono.


Seus olhos quase mansos
Revelam um coração solitário;
Derramam um olhar doce
Que procura correspondência.


Eu aqui estou à espera
Do milagre do amor
Como quem não desespera
Espero com o coração em dor.


Será que não romperás
Com o teu passado incerto
Para que encurtemos a espera
E sigamos por caminho certo?


O caminho mais curto
Para encontrar o amor
É o próprio caminho do amor
Que nos indica o caminho certo.


O L H A R




No piscar constante
Juntam-se as pálpebras contentes
Encerrando a profundeza do olhar
Que irrompe como caudaloso rio.


De onde vem essa corrente
Que fulmina e arrebata,
Que alimenta e fertiliza,
A continuidade do amor?


Por certo ela passa
E habita certo tempo
No próprio coração


Mas advém de mais longe
Recebe reflexos do luar de Deus
Quando gerada pelo próprio Ser.





V I S Ã O N E G A T I V A


É possível estarmos tão perto
E ao mesmo tempo tão distante?
Dois corações batendo no peito
Vivendo juntos o mesmo instante?


Porém os pensamentos emigram
Ora lembrando amores passados
Pensamentos presentes que sangram
Pelos laços que não foram, gerados.


Outras vezes é para o futuro que avançam
À procura do inusitado
Para preencher o vazio criado


E assim duas vidas se afastam
Criando frustrações profundas
Matando esperanças já mortas


I N T E R I O R



A juventude recolheu-se
Mas continua latente
Essa foi a minha constatação
Ao voltar-me para o interior.


Aquela vivacidade que existia
E que era alvo de elogios
Ainda não havia evoluído
Era apenas brilho sem valor.


Foi só com o correr do tempo
Quando a cascara da árvore secou
Que a seiva se concentrou
Para enriquecer o interior.


Então passou a existir
Algo que de fato tem valor
A alma se fez humana
O saber ocupou todo o espaço.


Então, hoje, o que transluz
E busca comunicação
Para alcançar a cada irmão
É um espírito que se fez luz.


C O R A Ç Ã O A M A R G U R A D O




Qual foi o bem
Que durante a minha vida
Me propus a semear
Para fazer jús à felicidade?


O que será esse sentimento
Que tantos procuram alcançar
E gastam os melhores momentos,
Da vida, sem concretizar?


Ele unicamente chegaria a nós
Com a certeza de sermos amado
Sendo abraçados com emoção


Mas existem pessoas
Que sendo órfãos desse sentimento
Serão sempre natimortos da existência.








R E N A S C E R



O destino se despe
Das aspirações futuras
Quando o amor desce
Sem vida, à sepultura.

Que espaço percorreu
Quanto tempo se escondeu
Antes de começar a definhar
Para nos fazer umedecer a face?

Os sonhos se apagaram
A vida se desfez
A fantasia não existe mais

Agora é chegado o momento
De espantar a tristeza
E reiniciar caminhada

P A L A V R A S





Apalpo a maciez das palavras,
Que constróem os lances da história,
Extraídos de profundas lavras
Para alimentar a vida transitória.


São, elas, peças preciosas
Que fazem amantes viverem o sonho
Unem mãos ansiosas
Para se alimentarem de carinho.


Palavras, suaves companheiras
Das horas de gozo ou de pesar
Dão-nos a paz da fantasia


Abraçam-nos como ventura passageira
Tentando nos confundir e enganar
Mas preenchem nossa vida de real magia.








I N O C Ê N C I A





Se queres ser feliz
Não mates a criança
Que insiste em viver em ti,
Para que não esqueças de sonhar.


O sonho é que dá vigor à vida
Quando a criança cria suas fantasias
Visualizando tempos e momentos
Que sempre estarão presentes


Será a inocência da criança
Que persiste em ser tua companheira
Que fará fruir de ti a vida



Será a mística mistura
De todas as idades que vivestes
Que te ligará a todos os tempos.






C A M I N H A D A I N T E R I O R


Tento encontrar um estado
De sublimação interior;
Procuro alcançar algo
Que me ajude a realizar.
Desço ao fundo de mim mesmo
E tomo impulso para subir
Para que consiga concretizar
Uma maneira de não sucumbir.
Sempre caminhamos para o fim
Quer ele esteja abaixo ou acima,
Mas a realização só vem
Se caminharmos para o interior,
E procurarmos conhecer,
Realmente, o que somos nós;
Para que possamos construir
A base que sustenta a vida,
Que une seres desiguais,
Para transformá-los afinal
Na união carnal santificada
Que gerará frutos de amor
Criando seres especiais.


I N C E R T E Z A




O amor dói pela incerteza,
Faz-nos sofrer pela contemplação,
Pelo alheamento de todo o nosso ser,
Quando nos falta, da correspondência a certeza.


A saudade dói em nosso peito
Pelo medo de perdermos o que ainda não temos
A emoção pressionada transborda
O coração com medo, em gelo se transforma.


Empreendemos a fuga perigosa
Que nos leva para longe de nós mesmo,
Distanciamo-nos do que mais queremos



Passamos a viver de lembranças
Recalcando as nossas frustrações,
Enclausurando o amor primeiro.


A P R E N D I Z D E A M O R




Sou um espírito jovem
Não tenho, ainda,
Muitos séculos de vivência.
Mas nesses tempos de peregrinações,
Aprendi a principal lição;
É que só conseguiremos ser felizes
Se aprendermos a amar;
E doarmos de nós mesmo,
Daquilo que possuirmos de mais precioso,
Para confortar o nosso irmão.
Como se isso fosse imprescindível
Para a nossa evolução.
Tenho a certeza,
Que quando nos encontrarmos,
Em um futuro distante,
Você já estará ciente
Que o amor é a razão da vida.

‘ F I N A L ‘




Chegamos ao final
De uma caminhada preciosa
Quando juntos percorremos
Alguns lances da história.


Vivemos juntos os momentos
Que marcaram nossas vidas
Unindo-nos na construção do sonho
Incentivando-nos a viver a fantasia.


Depois de trilharmos o caminho
Unidos pela força do destino
Coisa alguma jamais nos separará


Pois juntos construímos,
Aos pedaços, nossas vidas,
Juntos alcançamos o ideal.

E P Í L O G O

A pedra filosofal, que concede a suprema sabedoria, tem a forma piramidal e é recortada pela força do poder mental. A forma piramidal é representada por quatro triângulos interligados formando, cada um deles, o esquema de ligações das quais dependemos para que possuamos a suprema sabedoria; eles são posicionados com as pontas para cima e a base para baixo. Em um dos cantos estará uma pessoa e no outro o seu semelhante mais próximo. As bases dos quatro triângulos interligam-se, fazendo com que as pessoas que estiverem nos cantos estabeleçam um círculo, que é o sinal de unidade. As pessoas que irão ocupar os cantos, de onde partem os raios para o alto, deverão ser pessoas certas; dos cantos da pirâmide, sobem os raios para o centro do universo, ligando-se ao Criador de todas as coisas. Pelos mesmos raios descem os poderes revificadores e o mental. que proporcionará a sabedoria para aqueles que estiverem preparados. Não esqueçamos que a pedra não é material e sim forjada pela força mental.
O Elixir de Longa Vida, que concede a imortalidade é preparado à base do entusiasmo, confiança, determinação e perseverança, dando, ao ser que estiver ligado ao centro do universo, através da Pedra Filosofal, uma eterna disposição jovial ao espírito, dando-lhe a certeza da imortalidade.
O entusiasmo prepara o espírito para os embates da vida dando-lhe coragem; a confiança no futuro nos dará determinação para realizarmos uma obra e a concretizaremos, se formos perseverantes.
No desenvolvimento dessa tarefa não teremos tempo para envelhecer, porque o trabalho preencherá os espaços e anulará o tempo pela rapidez dos acontecimentos. Viveremos mil anos em um dia e um dia em mil anos. Tornamo-nos senhores do tempo e do espaço, atravessaremos os anos sem que eles esmoreçam a nossa vontade de viver sempre mais. Pois a vida é uma corrente constante e interminável.
Quando você alcançar esse estágio, terá a missão de conduzir as pessoas para a realização dos seus sonhos. Nesse trabalho não poderá passar mais de cinqüenta anos em um mesmo lugar, porque passaria a ser alvo da maledicência, visto que as pessoas pertencentes a essa geração iriam desaparecendo e você não poderia justificar a sua longevidade, a sua eterna juventude de espírito.
Considera-se, também, que se nesses 50 anos as pessoas do lugar não souberem aproveitar para adquirirem conhecimentos e sabedoria, seria por não estarem preparadas. Nesse caso a sua missão deverá desenvolver-se em proveito de outra comunidade. No momento em, que um missionário deixa uma comunidade, para ir desenvolver nova missão, em outro lugar, outro estará assumindo para mais um período de 50 anos, durante o qual os seus componentes, ou alguns, terão a oportunidade de amadurecimento para a auto realização. Observem, através de suas percepções, porque sempre haverá, na sua comunidade, alguém, com quem poderão aprender. Não precisarão sinais, simplesmente vocês saberão, quando depararem com a pessoa certa. Muitos os chamarão de Pastor, de Pai, de Irmão, de Filósofo, de Sábio, de Gurú, não importa, você saberá.
Onde estiver, olhe em torno de si; use o seu poder de observação e encontrará o “Seu Mestre”.
Lembre-se do Silêncio . . .

T R A N S I C I O N A L

Como a nossa vida não terá, jamais, fim, essa palavra não define nada, visto que o fim não existe. No momento em que imaginamos o fim, já temos a continuidade através da ação; eis porque, também, nos seja propiciado transmitir a coisa da maior importância em nossa vida, visto que a nossa obra, a cada instante, tem a sua continuidade. As obras feitas, umas após outras, são, unicamente, parte de um todo. Cada livro deverá terminar, sempre, por reticências visto que se desenvolverá a sua continuidade. Razão porque, a obra de um escritor deverá ser considerada em seu conjunto, porque elas sempre estarão ligadas.
Consideramos que estas exteriorizações contidas neste livro são a continuação dos conceitos emitidos em "Mensagens e Reflexões" e as muitas questões, que aqui ficaram sem resposta, poderão ser esclarecidas em "Contos Para Ler a Dois na Cama". Eis a razão de sempre se ter que colocar reticências no aguardo de novas revelações . . .

Outras Obras do Autor:
Mensagens e Reflexões
Contos Para Ler a Dois na Cama
Minhas Incursões Pelo Jornalismo
Proversando
Nova Dimensão
Contas Pontos e Contatos
Cartas Vivas
Relendo Cartas
Relendo Cartas II
Memórias de Um Cidadão Comum
Serões em Família
Poesias Reunidas
Frases e Pensamentos
Aconselhamento Matrimonial
Aconselhamento Matrimonial II
Outras Histórias
Outras Mensagens
Textos Para a Terceira Idade
Walkyria
Uma História em Três Tempos
Aconselhamento Matrimonial III E-Mail: mik346@hotmail.com

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